Por que não pode comer carne na sexta?
Pode comer frango na Sexta-Feira Santa? Para os católicos mais tradicionais, a Sexta-Feira Santa é um dia de abstinência de carne. A tradição de comer peixe nesse dia está ligada à ideia de praticar a caridade, já que, antigamente, a carne era um alimento mais caro.
Entretanto, muitas pessoas não entendem o significado e a origem dessa tradição. A Sexta-Feira Santa está inserida na Semana Santa, que celebra a última semana de Cristo. A data é o dia em que o Filho de Deus teria sido crucificado e morto. No domingo seguinte, os cristãos celebram a ressurreição de Jesus.
Embora a tradição de comer peixe seja mais comum, não é estritamente proibido comer outras carnes nesse dia. Segundo a igreja, a abstinência de carne é uma questão de praticar a caridade e a ajuda ao próximo. Portanto, a privação deve vir aliada à reflexão e não apenas a restringir o cardápio.
- Alguns padres afirmam que transformar a Sexta-Feira Santa em um dia de comer peixes nobres não é a ideia da tradição.
- Em vez disso, o dia deve ser um momento de lembrança e reflexão espiritual.
- É um dia para que o corpo reze, e não um dia para comer demais.
- Deve-se lembrar que a Semana Santa e a Páscoa têm origens e significados diferentes para cristãos e judeus.
Os judeus celebram apenas a Páscoa, que relembra a libertação do povo judaico da escravidão no Egito. É com Jesus Cristo que começa a tradição da Semana Santa, que não existia antes dele. A tradição de abstinência de carne na Sexta-Feira Santa, portanto, não está nos 10 mandamentos, mas é uma norma que visa favorecer a espiritualidade.
Com Informações UOL Imagem: Cook it
: Pode comer frango na Sexta-Feira Santa?
Ver resposta completa
É pecado comer carne às sextas-feiras?
Muitos haverão de estranhar a pergunta, pois, aparentemente, caiu em completo desuso a proibição de se comer carne na sexta-feira. No entanto, pela legislação atual da Igreja, essa determinação ainda é válida e está, portanto, em pleno vigor.
Ver resposta completa
Qual religião não come carne na sexta-feira?
Cerca de 1.800 bispos se reuniram na primeira tentativa de unificar as tradições cristãs. Já naquela época, o concílio recomendou a prática do jejum e da abstinência de carne durante o período da Quaresma e, consequentemente, da Sexta – feira da Paixão.
Ver resposta completa
É pecado comer presunto na Sexta-Feira Santa?
Quanto à carne, há a apenas a sugestão de abstinência do alimento. Segundo informou o padre, o ato de comer carne não é considerado pecado.
Ver resposta completa
É pecado comer hambúrguer na Sexta-Feira Santa?
Hambúrguer de Páscoa: selecionamos 6 opções inusitadas para comer hambúrguer no feriado religioso sem escapar do pecado da gula A Páscoa está chegando e muitos pensam que o hambúrguer não é o prato principal nesta época do ano e estão completamente enganados.
- A tradição católica recomenda nao comer carne na Sexta-Feira Santa.
- Além disso, muitas famílias preparam o tradicional bacalhau no almoço de domingo.
- Levando em conta essa tradição seguida por grande parte dos brasileiros, hamburguerias e restaurantes prepararam cardápio especial ou destacam opções que se encaixam nesta época do ano.
Mesmo quem não tem qualquer ligação religiosa com a data pode ter uma oportunidade de experimentar novas combinações. Nós selecionamos algumas receitas que levam bacalhau, salmão e até um hambúrguer doce, escolha o seu: O Kwai Burger em Recife desenvolveu burger chamado de Norihito.
- Kwai Burger R. do Futuro, 858 – Graças, Recife/PE
- Telefone (81) 3049-3131
O Big Jack de Campinas criou uma receita usando o peixe mais tradicional da época de Páscoa – o bacalhau. A combinação leva um hambúrguer de 120 gramas de bacalhau, alface americana, tomate, queijo prato e molho tártaro em um macio pão de hambúrguer,
- Hamburgueria Big Jack Rua Coronel Quirino, 532 – Cambuí, Campinas/SP
- Telefone (19) 3368-6980
- Rua Oliveira Cardoso, 376 – Jd. Chapadão, Campinas/SP Telefone (19) 3212-2833
- Parque D. Pedro Shopping – Entrada das Flores, Campinas/SP Telefone (19) 3756-7701
- Rua Limeira, 722, Espaço Gourmet – Shopping Piracicaba, Piracicaba/SP Telefone (19) 3421-4317
- A Hamburgueria 162 de São Paulo fez uma combinação de pão de hambúrguer preto com hambúrguer artesanal de salmão defumado, temperado e frio, alface americana e molho tártaro.
- Hamburgueria 162 Rua Luís Coelho, 162 – Consolação, São Paulo, SP
- Telefone (11) 2738-5162
- Rua Augusta, 494 – Consolação, São Paulo, SP Telefone (11) 3294-0162
O Astolpho Burguer e Tartare também de São Paulo não preparou nada especialmente para a Páscoa, mas o seu cardápio o hambúrguer de atum com maionese de wasabi e capelli danello ao molho oriental. Tem também o burger de peixe branco empanado, com manteiga de alcaparras, espinafre e tomate assado.
- Astolpho Burguer & Tartare Rua Clodomiro Amazonas, 291 – Itaim, São Paulo/SP
- Telefone 3729-6030
- A Burger Lab Experience de São Paulo, bairro do Panamby preparou para o feriado de Páscoa o Easter Season com Pão Australiano, hambúrguer de salmão com 160g temperado com ceboulete e flor de sal, queijo filadelphia, molho teriaki e fios de manga.
A opção premium da casa é O The Burger Lab Diamond, Um tartare de salmão com 200g trazido do Alasca, picado na ponta da faca e temperado com flor de sal francês de Guèrande sobre blinis (tipo de panquequinha), sour cream e 12g de caviar Petrossian. Quem se interessar por esta opção deve saber que o hambúrguer custa R$ 240,00 e deve ser reservado com 6h de antecedência.
- Burger Lab Experience Rua Jandiatuba, 242 – Panamby, São Paulo/SP
- Telefone 2309-2543
- O Joe & Leo’s se diferenciou criando um hambúrguer para a sobremesa, o Ice Cream Burger, feito com sorvete de chocolate entre dois cookies e a tradicional calda hot fudge, exclusiva da rede Joe & Leo´s.
Joe & Leo’s Av. das Américas, 5.000 – loja 210, Rio de Janeiro/RJ
- Telefone (21) 2432-4882 ou 2432-4883
- Av. Ataulfo de Paiva, 270 – loja 101 sub-solo, Rio de Janeiro/RJ Telefone (21) 3204-9347 ou 3204-9354
- Av. General Severiano, 97 – loja 131 – Botafogo, Rio de Janeiro/RJ Telefone (21) 2295-2706
Av. Projetada Leste, 500 – loja r.003, Campinas/SP Telefone (19) 3208-1414 Rua Túlio de Rose, 80 – 335 – loja 336, Porto Alegre/RS Telefone (51) 3362-6297 ou 3362-6373 : Hambúrguer de Páscoa: selecionamos 6 opções inusitadas para comer hambúrguer no feriado religioso sem escapar do pecado da gula
Ver resposta completa
Que religião não pode comer carne?
Resultados e Discussão – Das dez pessoas católicas entrevistadas, sete eram do sexo feminino e três do sexo masculino. Dos dez protestantes (adventistas), seis eram do sexo feminino e quatro do sexo masculino. Essa divisão de gênero deveu-se, principalmente, à disponibilidade dos entrevistados em participar da pesquisa.
Quanto à escolaridade, todos tinham, no mínimo, nível médio completo Este grau de formação permitiu um bom entendimento das questões, o que garantiu manifestações claras. Os católicos entrevistados disseram se manter fiéis à sua doutrina, não migrando para outras religiões, enquanto que todos os adventistas migraram, pelo menos uma vez, para outras seitas antes da atual.
Os adventistas entrevistados relataram contato com os valores de ambos os grupos, pois todos foram católicos antes de mudarem de religião, apesar de não se saber se eram frequentadores habituais e, portanto, se praticavam a fé católica e seus preceitos.
- Todos os entrevistados consideravam-se ativos em suas religiões, isto é, eram católicos e adventistas praticantes.
- Os adventistas entrevistados eram tradicionais, nenhum deles fazia parte das ramificações do “adventismo”.
- No momento da realização da entrevista apenas um dos entrevistados, uma católica, estava em dieta ou controle alimentar; nenhum dos demais entrevistados disse possuir qualquer problema de saúde que exigisse uma restrição alimentar ou uma dieta diferenciada por prescrição médica.
Os adventistas têm restrição alimentar imposta pela religião. É uma norma da Igreja Adventista tradicional a proibição a carne de porco, por este animal ser considerado impuro. Também é proibido comer carne de animais sufocados, bem como seu sangue, norma baseada na tradição judaica e na Lei de Moisés do Antigo Testamento.
- Já entre os católicos não existe nenhuma restrição específica em relação à alimentação habitual; uma das entrevistadas fez referência a uma passagem bíblica de Mt 15:11, em que Jesus diz que não é o que entra na boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca; isso, sim, torna o homem impuro.
- Além desta observação, os entrevistados católicos afirmaram ter recomendações da Igreja Católica para abster-se de carne vermelha em determinados dias, como a Sexta-feira Santa, e as recomendações ao jejum para limpar o corpo e a mente.
Dos entrevistados, nove adventistas apresentaram uma definição de utilitarismo coerente com a teoria, apenas uma entrevistada caracterizou utilitarismo como um “mal necessário”, sem, no entanto, se referir que tipo de mal. Entre os católicos foi dada relevância à questão da nutrição, mas nunca dissociado do prazer.
- Alimento útil, pra mim, é aquele que me economiza esforço físico, esforço mental e me fornece tudo que preciso para ter uma vida saudável, afinal comida serve para isso não é? (Ana Maria, 46 anos, adventista).
- Todos os entrevistados, católicos e adventistas, caracterizaram hedonismo como aquilo que dá prazer, que proporciona alegria, só que momentânea; algo que satisfaz os desejos, mas ambos os grupos religiosos afirmaram que o prazer por si só não tem sentido, ele não pode ser o único fim da vida.
Na opinião dos católicos, é necessário que haja um equilíbrio, ou seja, que o prazer de comer esteja associado a alguma funcionalidade. A busca pelo prazer parece ter sido a base da gastronomia, marcando várias gerações e criado um estilo de vida que, por muito tempo, foi adotado como padrão nos países de origem latina e católica (Poulain, 2004); entretanto, esse pensamento vem perdendo espaço, principalmente, devido ao avanço da disponibilidade de informação e da tecnologia.
As implicações disso é que mesmo os indivíduos católicos, a princípio considerados hedonistas, passaram a ter uma vida mais regrada quanto à alimentação, visando, principalmente, à preservação da saúde. Muitas vezes comemos além do que deveríamos, portanto é preciso cada um adquirir consciência do próprio limite.
Não se pode abrir mão daquilo que faz bem para a sua saúde (Maura, 18 anos, católica). Acredito ser os dois (utilitarista e hedonista), como por prazer, mas sem esquecer da utilidade do alimento (Lauro, 22 anos, católico). A freqüência das refeições e como elas são distribuídas ao longo do dia são semelhantes entre os dois grupos religiosos, ou seja, ambos consomem alimentos semelhantes nessas refeições.
- Não se pode afirmar, por meio dos alimentos consumidos pelos membros das duas religiões, qual grupo possui características hedonistas e qual possui características funcionalistas.
- No aspecto da freqüência das refeições, a única diferença é que seis dos dez entrevistados adventistas citaram que acham importante consumir alimentos de 3 em 3 horas por ser uma prática saudável, apesar de não possuírem esse hábito.
Enquanto que nenhum dos entrevistados católicos atentou para tal fato, porém duas entrevistadas fazem as refeições de 3 em 3 horas para manter uma vida saudável. Com relação aos hábitos de consumo, foi observada uma forte tendência, nos dois grupos, a uma preferência maior ao sabor dos alimentos consumidos em detrimento de outros atributos; foram citados por católicos e adventistas, em menor freqüência, o valor nutritivo e a facilidade de preparo dos pratos.
Foi solicitado aos entrevistados que falassem de algum restaurante de sua preferência na cidade, para verificar, a partir das características deste, qual a preferêcia alimentar dos entrevistados. Observou-se que tanto católicos quanto adventistas, apesar de não terem indicados os mesmos locais, escolheram formatos de restaurante que fica claro o comportamento hedonista, mesmo fazendo referências tanto ao sabor quanto à qualidade dos alimentos.
Vale salientar que os dois grupos afirmaram não ir com muita freqüência a restaurantes, somente em datas especiais ou em alguns finais de semana, demonstrando ser algo esporádico; para eles o restaurante possibilita mais prazer que as refeições cotidianas feitas em casa.
- Verificou-se, também, que mesmo o comportamento funcionalista dá lugar ao hedonismo em ocasiões especiais.
- Quando perguntados como empregam o seu dinheiro e qual seu principal gasto, 14 pessoas afirmaram que a alimentação se constitui no item mais importante do orçamento familiar.
- Uma católica afirmou gastar uma boa parcela de seu salário com materiais necessários para a faculdade; um adventista ressaltou que emprega a maior parte dos proventos em seus estudos e desenvolvimento profissional, refletindo um comportamento utilitarista.
Respondendo a essa mesma questão, uma adventista, pertencente à igreja há apenas dois anos, afirmou gastar a maior parte de seu salário com roupas, o que pode vir a caracterizar um comportamento hedonista. T odos os entrevistados pertenciam a familias com renda superior a sete salários mínimos.
- Entre os mais velhos, a alimentação se constitui no principal gasto, principalmente por terem de sustentar uma família com, pelo menos, três pessoas; entre os mais jovens, a razão de a alimentação ser apontada como a principal despesa é por estar associada à diversão.
- No lazer dos jovens está incorporado o gasto com alimentação.
Os entrevistados foram questionados a respeito do gozo dos bens terrestres, como glorificação a Deus, aspecto comum aos que comungam com um pensamento religioso. Sete adventistas responderam que os gozos e prazeres terrestres não são glorificações divinas, mas glorificação ao satanás; os demais deram respostas neutras.
Todo gozo e prazer que vem dos bens aqui da terra são na verdade uma glorificação de satanás, pois ele é o príncipe deste mundo, sendo assim, tudo que provém deste mundo é para a glorificação dele (Marco Aurélio, 56 anos, adventista). Os prazeres terrestres não são de forma alguma glorificação divina, mas sim algo que nos desvia e distrai dos caminhos de Deus (César Augusto, 35 anos adventista).
O que possuímos na terra não é para o nosso puro e simples prazer, o Senhor nos dá aquilo que precisamos, tudo que temos na terra é para administrarmos visando o porvir (Camila, 22 anos, adventista). Apesar das palavras acima, uma das adventistas afirmou gastar a maior parte de seu salário com entretenimento, tais como cinema, locação de filmes e sair para comer, contradizendo os preceitos adventistas de zelo contra os prazeres terrenos e indicando um comportamento hedonista não somente na alimentação, mas em outros aspectos.
- Uma adventista de 19 anos de idade era quem possuía característica hedonista mais marcante entre todos os entrevistados, apesar de frequentadora da igreja há 11 anos.
- Afirmou que a religião só influencia sua alimentação quando se trata de não comer carne de porco, além de carne de animais sufocados e sangue; no mais, ela come sempre o que mais gosta e na hora que quer.
É a única, dentre os adventistas, que não tem uma visão de que cultivar hábitos saudáveis é necessário para servir adequadamente a Deus na Terra. Nesse sentido, parece não haver uma dicotomia entre católicos e adventistas quanto aos caracteres hedônico e funcional-utilitarista, conforme preconiza a literatura revisada.
O que leva a crer não haver uma guerra entre Dionísio e Apolo (Albornoz, 2006), pois católicos e adventistas mostraram um equilíbrio entre os dois extremos. Diferentemente da argumentação de Weber (1905 / 1987), há um século, e, mais recentemente, de Poulain (2004), que consideraram os protestantes funcionais-utilitaristas e católicos hedonistas, os resultados da pesquisa mostraram não haver essa dicotomia, em que o primeiro grupo está vinculado a Dioniso e o segundo a Apolo, mas, de fato, os dois grupos constituem faces da mesma moeda, ou seja, tanto católicos quanto protestantes são hedonistas e utilitaristas.
Nesse sentido, a união de Dioniso e Apolo é símbolo de uma posição dialética e sintética ante o conflito entre os ideais de realização do impulso e da razão; entre as normas inspiradas na afirmação da vitalidade e as que perseguem o equilíbrio e a harmonia, apoiadas na capacidade reflexiva e lógica, bem como no auto-domínio do homem sobre o que nele urde de primitivo e animal (Albornoz, 2006).
Vale ressaltar dois pontos. Primeiro, Max (1905 / 1987), quando argumentou que os protestantes são pragmáticos, estudou a sociedade protestante da Alemanha naquele momento histórico (final do Século 19 e início do Século 20). Segundo, Poulain (2004), que discute a caractrística hedônica dos católicos, estudou a sociedade francesa.
O certo é que a presente pesquisa mostra que vivemos em outro momento histórico, diferente daquele discutido por Weber, e em outro contexto cultural, diverso daquele descrito por Poulain. O Brasil é um país novo, que teve a influência do sincretismo religioso 4 (Moscoso, 2008; Segato, 1997), provavelmente criando novas formas de experiências.
- Ao lado disso, as características do momento atual incluem grandes transformações econômicas, culturais, políticas, sociais, estéticas, entre outras.
- Atualmente, em nossa sociedade, a relação entre alimentação e nutrição – que tem criado fenômenos como os chamados “alimentos funcionais” – cria tabus, fazendo com que certos alimentos ricos em açúcar e gordura, por exemplo, sejam, cada vez mais, demonizados em nossa cultura, ditando as regras e os valores em relação à comida (Cantarino, 2005).
Isso mostra que as práticas de alimentação não são estáticas, ou seja, sofrem mobilidade de acordo com o momento histórico e cultural. Como argumenta Gonçalves (2001), o ser humano é um ser histórico-cultural, considerando a historicidade de suas experiências, bem como das idéias produzidas como expressão mediada dessas experiências.
Ver resposta completa
O que fazer se eu comer carne na sexta?
Texto do episódio – imprimir Muitos haverão de estranhar a pergunta, pois, aparentemente, caiu em completo desuso a proibição de se comer carne na sexta-feira. No entanto, pela legislação atual da Igreja, essa determinação ainda é válida e está, portanto, em pleno vigor.
Abster-se de carne e jejuar na sexta-feira é uma prática plurissecular da Igreja e tem argumentos fortes em seu favor. O primeiro deles é que todos os cristãos precisam levar uma vida de ascese. Esta é uma regra básica da espiritualidade cristã. Por meio de tal prática é que se pode alcançar com frutos a virtude da temperança, definida pelo Catecismo da Igreja Católica como sendo a “virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados”.
Ela assegura o “domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade”. Santo Tomás de Aquino diz que o “jejum foi estabelecido pela Igreja para reprimir as concupiscências da carne, cujo objeto são os prazeres sensíveis da mesa e das relações sexuais”.
Importante recordar que, na época de Santo Tomás, a disciplina exigia esta prática não só na sexta-feira, mas também na quarta e, além da carne, englobava os ovos e os laticínios. Historicamente, fazer da sexta-feira um dia penitencial é algo que afunda suas raízes na época apostólica. A Didaqué, uma espécie de catecismo dos primeiros cristãos, dá conta de que o jejum era feito na quarta e na sexta-feira.
A Igreja do Oriente, inclusive, permanece com esse costume. Os Santos Padres também incentivaram sobremaneira este hábito que acabou se consolidando. No entanto, na Idade Média, o Papa Nicolau I, no século IX, instituiu como lei aquilo que era somente um costume.
E, assim, a penitência passou a ser obrigatória para todos os cristãos a partir da idade da razão (sete anos). Ainda no período medieval, em honra à Nossa Senhora, as pessoas passaram a jejuar também aos sábados. Deste modo, o domingo, grande Dia do Senhor, era precedido por dois dias de penitência, em preparação à Páscoa semanal.
Como a Igreja tem seus altos e baixos, tal costume se arrefeceu com o tempo e, inclusive, os fiéis passaram a se questionar acerca da obrigatoriedade da abstinência na sexta e se a não observância desse preceito se constituía um pecado mortal ou leve.
- Diante disso, o Papa Inocente III, no século XIII, decretou que realmente é pecado grave.
- E no século XVII, o Papa Alexandre VII anatematizou quem dissesse que não era pecado grave.
- Essa foi a disciplina até 1983, quando houve a promulgação do novo Código de Direito Canônico.
- No cânon 1251, lemos que é obrigatório fazer “abstinência de carne ou de outro alimento em todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades”.
Com relação a este cânon, a CNBB afirma que o fiel católico brasileiro pode substituir a abstinência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou ainda trocar a carne por um outro alimento. Atualmente, a exigência da lei é para aqueles que já completaram catorze anos de idade e não a partir da idade da razão, como era no início, conforme o cânon 1252 do mesmo Código.
- Abster-se de carne e jejuar na sexta feira, além de fazer bem para a vida espiritual do fiel, pode ser uma ocasião de testemunho e de catequese para outros.
- Recusar publicamente, por amor a Cristo, tal prazer pode ser uma forma de incutir no próximo o desejo de também conhecer o Amado, por quem se faz sacrifícios.
Por fim, é importante recordar que o costume de se abster de carne na sexta-feira sempre esteve ligado à Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, portanto, é mister recuperá-lo a fim de aumentar ainda mais a devoção e a própria configuração Àquele que deu seu Sangue e sua vida por amor a nós, pobres criaturas.
Ver resposta completa