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Por que a China come carne de cachorro?
Faz bem para a saúde – A tradição de comer carne de cachorro começou há mais de 400 anos na China. Naquela época, qualquer fonte de proteína era bem-vinda para matar a fome da população, Era, claramente, uma questão humanitária: pessoas – seres humanos – estavam morrendo de fome e a solução era aproveitar o que fosse possível. Foto: Anna Koskela Além disso, há uma corrente da medicina tradicional chinesa que acredita que a carne de cachorro faz bem para a saúde, afastando o calor sentido durante os meses de verão. É importante lembrar que, além da China, outros países asiáticos, como o Vietnã, consomem carne de cachorro.
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É permitido comer carne de cachorro na China?
Cães não são considerados animais de consumo na China Na sequência da recente proibição nacional da China ao consumo de carne de animais silvestres, que foi feita em resposta ao recente surto de COVID-19, o país agora removeu os cães da lista do governo de animais que podem ser explorados para consumo.
O anúncio feito em 30 de maio pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China está alinhado com outro pronunciamento feito pela China em abril para reclassificar os cães como animais de companhia, e não como animais de consumo. OS DETALHES: embora essa notícia não signifique uma proibição total do consumo de carne de cachorro, a distinção agora é que proíbe a venda de cães vivos e carne de cachorro para consumo, essencialmente tornando ilegal para restaurantes, mercados e matadouros da China oferecer carne de cachorro.
Essa proteção também se estende aos gatos, que nunca estiveram na lista de animais e segue um anúncio similar das cidades chinesas de Shenzhen e Zhuhai, que foram os primeiros na China a proibir oficialmente o consumo de carne de gato e cachorro. UMA INDÚSTRIA CONTROVERSA: esse desenvolvimento ocorre em um momento muito oportuno – o Festival de Yulin está programado para começar em apenas algumas semanas.
- Não está claro como a nova classificação afetará o festival, mas certamente envia uma forte mensagem à indústria de carne de cachorro de que a China não sanciona mais a brutalidade e crueldade do comércio de carne de cachorro.
- O festival é notório pelo massacre violento de cães, onde os animais são cruelmente abatidos, com muitos espancados e mortos enquanto ainda conscientes.
Segundo estimativas, 10 milhões de cães e 4 milhões de gatos são mortos na China todos os anos para consumo. E a OMS alertou que o comércio de carne de cachorro espalha raiva e aumenta o risco de cólera, fornecendo mais evidências do papel da pecuária na propagação de doenças zoonóticas.
- Com o progresso dos tempos, as ideias da civilização e os hábitos alimentares das pessoas estão mudando constantemente, e alguns costumes tradicionais sobre cães também mudam.” Porta-voz do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China.
- O QUE VOCÊ PODE FAZER: a Animal Equality vem fazendo campanha contra o comércio de carne de cães e gatos, e lançamos nossa primeira investigação sobre a indústria em 2013.
No entanto, ainda há muito mais trabalho a ser feito e, como mencionamos, essa nova classificação de cães na China não proíbe seu consumo em todo o país. Muitos animais, além de cães e gatos, ainda sofrem em fazendas abusivas na China e em todo o mundo.
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Qual raça de cachorro se come na China?
Na China a carne de Chow-Chow se come como uma iguaria. O hábito de se comer carne de cachorro era, e segue sendo comum na Ásia.
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Quanto custa o kilo do cachorro na China?
Cidade chinesa mantém festival de carnes de cachorro o kilo a R$35,00 A cidade de Yulin tem 7 milhões de habitantes Cachorros à venda no mercado de Yulin. A carne custa cerca de 10 dólares o quilo Foto: Era a noite anterior ao solstício de verão e as mesas da barraca estavam preparadas para o banquete anual: abóbora no vapor, vegetais cozidos no vapor, purê de pepino e macarrão de arroz.
No centro de cada mesa havia dois pratos tradicionais essenciais para as comemorações na cidade: lichia frescas e potes fumegantes de cachorro cozido, temperados com gengibre, alho, cascas secas de laranja, folhas de louro e erva-doce. Esse último prato tornou Yulin famosa no mundo todo, graças ao festival anual da carne de cachorro, e os habitantes da região já não aguentam mais falar sobre isso.
“Por que todo mundo pega no pé de Yulin?” perguntou Tang Chengfei, um universitário recém-graduado de 24 anos. “Você nunca viu os japoneses comendo sashimi de sapo vivo?” Na verdade, é a hipocrisia dos críticos que mais irrita os habitantes dessa cidade agitada de sete milhões de habitantes no região de Guangxi, no sul da China.
“Muitas pessoas têm um apego especial com os cachorros”, afirmou Tang. “Mas nós crescemos rodeados de carne de cachorro. Para nós é normal”. Yulin se tornou alvo de uma intensa campanha em defesa dos direitos dos animais, o que deixou as pessoas da região irritadas e na defensiva. Liderados por ativistas chineses e de outros países, os defensores dos animais exigem que as autoridades do governo local e o público chinês deem fim ao consumo de carne de cachorro e às práticas terríveis que muitas vezes acompanham o comércio de carne menos regulamentado do país.
Acredita-se que mais de 10.000 cachorros sejam servidos durante as comemorações do solstício de verão em Yulin todos os anos. Celebridades como o ator Ricky Gervais e a modelo Gisele Bündchen fizeram campanha nas mídias sociais com a hashtag #StopYulin2015, ao passo que uma petição online destinada ao governador de Guangxi e ao ministro da agricultura da China reuniu mais de quatro milhões de assinaturas.
- Na China, onde o debate em torno do direito dos animais tem mais espaço do que outras causas, as pessoas que se opõem ao festival resolveram se manifestar.
- Nas semanas anteriores ao festival, milhões de mensagens condenando essa tradição culinária encheram as mídias sociais chinesas.
- Protestos e vigílias organizados por defensores dos direitos dos animais foram realizados em todo o país, durante o feriado de três dias que marca as festividades.
Muitos afirmam que a hipocrisia moral em torno do consumo de animais é óbvia. O que dizer a respeito do consumo de carne bovina, uma vez que as vacas são sagradas para os hindus, ou ainda dos porquinhos da Índia na América Latina, dos cães na Coreia o dos perus nos Estados Unidos? O que torna o consumo da carne de cachorro diferente do consumo da carne de frangos ou porcos, eles se perguntam.
Acho que os ativistas iriam aproveitar melhor o tempo deles se pensassem em questões como a falta de água no mundo ou o sequestro de criancinhas, ao invés de tornar as coisas ainda mais caóticas por aqui”, afirmou Yu Ping, de 48 anos, habitante de Yulin e professor de educação infantil. Yu, como muitas outras pessoas da cidade, insistiu que os cães consumidos em Yulin são criados especialmente com essa finalidade, ao passo que os ativistas dizem que uma grande parcela da carne de cachorro vem de animais de estimação roubados ou de cachorros de rua.
: Cidade chinesa mantém festival de carnes de cachorro o kilo a R$35,00
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Porque China não quer carne do Brasil?
Hispanolistic/Getty Images Por causa da suspensão, a China vai começar a sentir falta da carne brasileira, porque o Brasil é responsável por 28% das importações deles de carne bovina O assunto do momento no mercado pecuário continua sendo a China e a suspensão das exportações de carne bovina brasileira para aquele país por conta do caso não transmissível de EEB (encefalopatia espongiforme bovina), mais conhecida como mal da vaca louca,
- Tivemos um caso que chamamos de atípico, que é aquele que aparece de maneira espontânea, uma degeneração do tecido nervoso em animais de idade.
- De uma maneira grosseira, podendo ser comparado ao Alzheimer nos humanos.
- Então, não é transmissível, não representa qualquer risco à saúde humana.
- Mas, por conta do nosso acordo comercial com a China, a gente precisa identificar esses casos, fazer a prova laboratorial nacionalmente e enviar amostras desse material para um laboratório internacional produzir uma contraprova.
A partir da contraprova, dando negativo, ou seja, dizendo que é a EEB não transmissível (sua versão atípica, portanto), a gente escreve uma explicação, manda para o governo chinês e espera eles darem o ok. Enquanto isso, ficam suspensas as exportações de carne para lá e, assim que eles derem o ok, retoma-se as exportações.
LEIA TAMBÉM: Como a Argentina já perdeu US$ 1 bilhão em exportação de carne bovina, abrindo espaço para o Brasil no mundo O caso já foi dado pela OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) como encerrado, isso significa que o Brasil mantém o grau de periculosidade como insignificante para esse tipo de doença domesticamente.
Não é o caso do Reino Unido, por exemplo, país no qual o grau de risco é controlado para a doença. Até porque, recentemente, eles identificaram um caso de vaca louca clássica, que acontece através de contaminação e traz risco para a saúde humana — não é o caso do Brasil.
E o que acontece? Por que está demorando para retomar as exportações brasileiras e como isso está impactando no mercado? Essa é uma dúvida que a gente ainda não consegue responder, está faltando uma peça nesse quebra-cabeça. Não sabemos por que o país não voltou e não recebeu a autorização de exportar para os chineses.
Está todo mundo em compasso de espera e todo mundo bastante otimista, afinal de contas não há motivos técnicos para se manter essa suspensão por muito tempo. A gente sabe que a China, daqui a pouco, vai começar a sentir falta da carne brasileira, porque o Brasil é responsável por 28% das importações deles de carne bovina.
O segundo colocado é a Argentina, uma carta fora do baralho, já que limitou o volume de carne exportado por uma política populista do governo local para tentar conter os preços domésticos da carne bovina, que influenciam bastante na inflação que tem pesado naquele mercado. Então, a Argentina não vai conseguir ampliar a sua oferta de carne bovina para a China.
Em terceiro lugar está o Uruguai, que também é um mercado importante, mas hoje é mais caro que o Brasil. Então, o Brasil desponta como líder absoluto e possui influência absoluta em toda a carne bovina que a China importa. Então, fica aí a dúvida para saber o que falta para a gente estar no caminho para voltar às exportações.
A China não tem sido a única pedra no sapato do Brasil, tem outros mercados que suspenderam também. Dentre eles, temos: Árabia Saudita – suspendeu as compras, mas já retomou as importações no dia 19; Egito – certificações retomadas, mas embarques ainda não ocorreram; Indonésia – compras suspensas; Irã – compras suspensas; Filipinas – compras suspensas; Rússia – suspensas para os frigoríficos e abatedouros de Minas Gerais e de Mato Grosso, que são os estados em que foram identificados os dois casos não transmissíveis de EEB.
Então, há um impasse. Temos um monte de contêineres parados nos portos, consumindo energia para manter o frio, sem poder embarcar, sem poder ter o certificado, Isso reduziu o apetite dos frigoríficos no mercado doméstico e fez o preço do boi gordo cair,
Mas a gente imagina que esses negócios devam ser retomados nos próximos dias, porque não há mais motivo técnico algum para se manter essa suspensão — a não ser que a China queira negociar a carne bovina e abaixar um pouco o preço nos primeiros embarques, o que é comum entre países que negociam. Vamos ver quem é que vai ganhar e quando isso vai voltar.
Lygia Pimentel, CEO da AgriFatto, é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.
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Porque alguns países comem cachorro?
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Cachorros assados. Hanói, Vietnã. Carne de cachorro é um alimento consumido principalmente na Ásia Oriental ( e.g. Coreia e Vietnã ) e alguns países da África (e.g. Nigéria ). Seu consumo resulta da tradição cultural, escassez ou racionamento de outras fontes de carne ou da crença nos benefícios medicinais atribuídos a várias partes do cachorro.
- Nos países em que é consumida, a carne canina é considerada uma iguaria preparada para ocasiões especiais e festivas.
- Na Nigéria, por exemplo, os animais consumidos provém da caça de cães selvagens ou do sacrifício de animais velhos ou doentes.
- Já nas Filipinas, onde o alimento é aceito como parte do direito cultural e religioso, os cães são criados na área rural especificamente para o consumo humano.
Os críticos ocidentais ao consumo desta carne defendem que os cachorros são inerentemente emocionais e amigáveis à humanidade, ou que os métodos de abate são excessivamente cruéis. Por outro lado, este juízo também é visto como imperialismo cultural e intolerância,
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Qual é o cão mais caro do mundo?
Qual é o cachorro mais caro do mundo? – Depois de conhecer os cães mais caros do mundo, é bem provável que você esteja se perguntando qual é realmente o mais caro. Bom, o cão mais caro do mundo é, definitivamente o Mastim Tibetano. Mas o recorde mundial foi de um exemplar da raça, vendido por mais ou menos 1.9 milhões de dólares.
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Qual é o cachorro mais caro da China?
8 – Mastim Tibetano – Afinal, quanto custa o cachorro mais caro do mundo ? Em primeiro lugar no ranking está o gigante Mastim Tibetano. Originário na China, esse “urso de pelúcia” é considerado por muitos um símbolo de status, e não é por acaso: seu preço médio é de R$ 1,5 milhão. E aí, agora que você conhece o cachorro mais caro do mundo, teria um? Caso já tenha um companheiro de quatro patas em casa e queira investir em seu cuidado, não deixe de conhecer a Petz e encontrar diversos produtos de qualidade para manter o pet saudável.
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Quanto custa o filhote de cachorro mais caro do mundo?
8) Mastim Tibetano: um gigante que vale milhões – O cachorro mais caro do mundo é o Mastim Tibetano Elegante, peludo e grande, o Mastim Tibetano é, sem dúvidas, o cachorro mais caro do mundo. Originário da China, onde é considerado um símbolo de status, o cão desta raça chama atenção pela sua pelagem grossa e seu tamanho gigante.
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Porque alguns países comem cachorro?
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Cachorros assados. Hanói, Vietnã. Carne de cachorro é um alimento consumido principalmente na Ásia Oriental ( e.g. Coreia e Vietnã ) e alguns países da África (e.g. Nigéria ). Seu consumo resulta da tradição cultural, escassez ou racionamento de outras fontes de carne ou da crença nos benefícios medicinais atribuídos a várias partes do cachorro.
Nos países em que é consumida, a carne canina é considerada uma iguaria preparada para ocasiões especiais e festivas. Na Nigéria, por exemplo, os animais consumidos provém da caça de cães selvagens ou do sacrifício de animais velhos ou doentes. Já nas Filipinas, onde o alimento é aceito como parte do direito cultural e religioso, os cães são criados na área rural especificamente para o consumo humano.
Os críticos ocidentais ao consumo desta carne defendem que os cachorros são inerentemente emocionais e amigáveis à humanidade, ou que os métodos de abate são excessivamente cruéis. Por outro lado, este juízo também é visto como imperialismo cultural e intolerância,
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Porque os chineses se alimentam de animais exóticos?
Pratos estranhos da China: mate ou perca a forme agora mesmo! – O primeiro prato “delícia” dessa seleção é um omelete de larvas de bicho-da-seda, Na receita, as larvinhas são misturadas com cebola cortada e fritas com ovos de galinha. Foto: Reprodução/China Link Em segundo lugar estão os aclamados espetinhos de escorpião e barata. Conforme os chineses, o hábito de comer esses animais surgiu com as grandes fomes no país, principalmente nos anos 30, resultado da coletivização agrária.
Apesar de parecer estranho, comer ratos é um hábito comum em vários países da Ásia como China, Tailândia e Vietnã. Na imagem, um prato de carne de rato da China. Você encararia?
A seguir, a polêmica carne de morcego, que tomou conta da internet após ser uma das suspeitas da causa do coronavírus. Para os chineses, os morcegos podem aumentar a potência sexual masculina, e para isso basta os comer em forma de sopa ou à caçarola (um guisado com vegetais e batata).
Em penúltimo lugar, a carne de cachorro é bastante apreciada na Cina, Coreia e Filipinas. Um dos famosos preparos é servir a carne em sopas, que são consideradas bastante energéticas.
Por último, a sopa de andorinha é um dos pratos mais caros da culinária oriental. Raríssimo, o preparo é feito da saliva do animal. Para se ter uma ideia, um quilo de ninho de andorinha pode custar até US$ 10.000, e uma tigela como essa da imagem custa em média US$ 60.
28 jan 2020, às 00h00. : Ratos, cães, morcegos, insetos: conheça os pratos estranhos da China
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Porque a China recusa a carne brasileira?
Já aconteceu antes? – Outros países também foram impedidos de exportarem carne à China e enfrentam vetos semelhantes ao do Brasil. Após um caso atípico de vaca louca em 2020 na Irlanda, a China também vetou a carne deste país. Em 29 de setembro deste ano, o país asiático também proibiu carnes de gados com menos de 30 meses oriundos do Reino Unido.
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Porque os chineses comem tanto carne de porco?
Por que a China compra tanta carne? Em 2020, os exportadores de carnes brasileiras comemoraram as vendas em alta. Os embarques de carnes de frango somaram 4,2 milhões de toneladas, de suínos foram 1 milhão de toneladas, e de bovinos, 2,3 milhões de toneladas.
Juntos, tiveram um faturamento de aproximadamente US$ 16 bilhões. A tendência para este ano é que estes números sejam maiores. Não faltam motivos para que o Brasil bata um novo recorde de exportações e de faturamento, puxados, sobretudo, pelos vorazes apetites asiáticos. Mas engana-se quem imagina que, nos navios brasileiros, tem apenas filés, peitos ou pernis.
Na lista das demandas externas, há pés de frango, pescoços de peru e de pato, bochecha de porco, miúdos e tripas de boi. São cortes que, lá fora, valem mais que partes nobres aqui, como peito de frango e pernil de porco. “Há componentes culturais que justificam que, em alguns países, patas de frango ou orelhas de porcos sejam mais valorizadas que os cortes mais desejados no Brasil”, afirma o gerente executivo de Relações Institucionais da BRF, Luiz Tavares.
Na China, em Hong Kong ou na União Europeia, são sempre as preferências gastronômicas dos importadores que ditam as regras do mercado – hoje é a Ásia quem dá as cartas. Entre janeiro e abril deste ano, só de tripas de boi o Brasil exportou 10 mil toneladas, e de miúdos – que incluem até útero de vaca e testículos de boi – já foram outras 47 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, compilados pela Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Bovina (Abiec).
Até o final do ano, o cardápio vai ser incrementado. Por que a China compra tanta carne? A China é o país que mais compra carnes do Brasil e a alta demanda por proteínas de origem animal vem crescendo há pelo menos 10 anos. “O crescimento econômico na China promoveu mudanças na dieta da população, que passou a consumir mais proteínas de origem animal”, explicou o coordenador do Centro de Estudos de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues.
“O crescimento econômico de países implica nessa transferência de consumo, de proteínas vegetais para proteínas animais.” Vorazes consumidores de suínos, os chineses foram obrigados a importar muito mais carne nos últimos três anos devido a uma doença, a Peste Suína Africana (PSA). A praga atingiu 60% do rebanho chinês, que foi sacrificado, e gerou um desequilíbrio no mercado global de carnes.
Apenas agora os chineses estão repondo os animais para formar um novo plantel. “Mas ninguém deixou de comer, eles compram carnes, principalmente do Brasil.” Mesmo comprando tudo o que podem, eles precisam de mais, e por isso, também ampliaram as importações de carne de frango e de boi.
“A carne de boi não era tradicional na China, mas eles gostaram muito”, disse Guilherme Malafaia, do Cicarne/Embrapa, de Campo Grande (MS). A China já importou, entre janeiro e abril deste ano, 250 mil toneladas de carne bovina. Deste volume, 208 mil toneladas (83,6%) eram de cortes in natura (carne fresca, apenas separada por partes, como a dianteiro ou o traseiro), 14,4 mil toneladas de carnes industrializadas (carnes defumadas, curadas ou salgadas) e 21,1 mil toneladas (8,47%) de miúdos, categoria que inclui todos os órgãos internos do animal, e 4,4 mil (1,79%) de tripas (intestinos).
Pés de frango na China Com o aumento nos pedidos por carnes, cresceu também a lista das preferências alimentares “peculiares” dos asiáticos. Cortes que no Brasil são desvalorizados e considerados despojos frigoríficos, como pés de frangos, rosto de porco, pescoço de peru, cartilagens e tripas, ganham na Ásia status de carnes premium.
- Dos frigoríficos da BRF em Concórdia e Videira, em Santa Catarina, saem milhares de quilos de pés de frangos embalados para os chineses.
- Lá, é uma iguaria, preparada como snack, superpopular”, contou Tavares, da BRF, gigante exportadora presente em 130 países e detentora de 12% do comércio global de frangos.
“Os chineses consomem patas de frango como a gente come pipoca, em qualquer lugar, vendo um filme, em casa, na rua”, diz. “Esses pés são vendidos em máquinas, com sabores exóticos.” O valor desse corte é tamanho que, em comunicado aos acionistas, a companhia detalha a valorização dos pés diante dos demais cortes.
- Em um açougue no bairro do Morumbi, em São Paulo, um pacote com dois quilos de pés de frango, in natura, custa R$ 22.
- Pedidos de orelhas crocantes
- Tavares, da BRF, também destaca que na Coreia do Sul, Hong Kong e Singapura, com hábitos gastronômicos parecidos com os da China, a demanda por miúdos e pertences, as orelhas suínas também são iguarias, bastante valorizadas na praça.
“São consumidas como prato de entrada, fritas, crocantes, ou como ingredientes de sopas”, diz. “E eles também são loucos por uma bochecha de porco.” Para atender esse público, os frigoríficos retiram a “máscara” do animal, um corte que vai da parte de trás das orelhas ao queixo, para depois desmembrar as partes, como a bochecha.
Mas a atividade não requer rituais especiais, como acontece com o mercado halal, destinado aos muçulmanos. Segundo ele, a única exigência é que o frigorífico tenha a habilitação para comercializar carnes para esses países, atendendo suas regras sanitárias. “São cortes com valor agregado imposto pela culinária asiática e é uma tendência crescente”, avaliou.
A BRF diz que pedidos especiais aumentaram 50% desde 2019. Exportações vão aumentar Luís Rua, diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), disse que, no passado, eram as demandas da União Europeia, de peitos de frango e pernis de porco, que ditavam as regras do mercado.
- Hoje em dia, é a demanda asiática por miúdos e pertences que determina a estratégia das empresas no Brasil”, disse.
- As empresas olham para essa demanda para criar as estratégias de vendas e a valorização destes cortes na Ásia faz a diferença na balança comercial.” A ABPA estima que as exportações de miúdos e pertences, sobretudo de suínos, aumentarão em torno de 10% até o final do ano e 35% até 2022.
O otimismo foi reforçado com a declaração, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que concedeu, no dia 27 de maio, a seis estados brasileiros, o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, uma das exigências de mercados asiáticos para a importação de carne.
- “Apenas os frigoríficos de Santa Catarina estavam habilitados para exportar miúdos para a Ásia e agora, unidades do Paraná e Rio Grande do Sul também poderão se credenciar para exportar até seis tipos de miúdos”, afirma.
- De acordo com a entidade, o Rio Grande do Sul tem potencial para exportar, entre carnes com osso, miúdos e pertences, até 293 mil toneladas neste ano, e em 2022, as vendas podem ser de 350 mil toneladas. E no Paraná, o potencial é que as exportações somem 145 mil toneladas em 2021 e 165 mil em 2022
- Mercado árabe também é forte
As preferências gastronômicas dos países árabes também estão fazendo diferença para os setores exportadores, sobretudo de carnes de frango e boi. “Os árabes não consomem carne suína, mas a demanda por carnes de aves e boi é alta e crescente”, afirma Rua.
- Os gostos destes consumidores também são culturais.
- Para as aves, a demanda é para um tipo de frango, menor que um galeto, consumido inteiro, no espeto, fígado de galinha, que segue para o Oriente Médio em bandejas, e um tipo de bacon preparado com as carnes do pescoço do pato.
- Em 2020, o Brasil exportou 1.017 toneladas de carne de pato para a Arábia Saudita, 1.085 toneladas para os Emirados Árabes, 378 toneladas para o Catar e 267 toneladas para o Kwait, de acordo com estatísticas apresentadas pela ABPA.
As carnes bovinas já são comuns no Oriente Médio. No ano passado, o Egito foi o terceiro principal cliente do Brasil e importou 484 mil toneladas. Desse volume, 7,16% foram miúdos e 1,61%, tripas. (UOL) : Por que a China compra tanta carne?
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