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Desde quando o homem passou a se alimentar de carne?
A história começa há 2,7 milhões de anos, quando os primeiros hominídeos começaram a consumir carne vermelha a partir de sobras de carcaças e ainda sem o uso do fogo.
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Como era a alimentação de Adão e Eva?
A lio de sabedoria das vacas loucas Por Claude Lvi-Strauss Traduzido do francs por Ndia Farage 10/05/2009 Para os amerndios e para a maior parte dos povos que por longo tempo permaneceram sem escrita, o tempo dos mitos foi aquele em que homens e animais no eram realmente distintos uns dos outros e podiam se comunicar entre si.
- Tomar como incio dos tempos histricos a Torre de Babel, quando os homens perderam o uso de uma lngua comum e deixaram de se compreender, pareceria queles povos uma viso singularmente estreita.
- Do seu ponto de vista, o fim da harmonia primitiva se produziu num mbito muito mais vasto: atingiu no apenas os humanos, mas todos os viventes.
Pode-se dizer que, ainda hoje, temos certa conscincia daquela solidariedade primeira entre todas as formas de vida. Buscamos imprimir o sentimento dessa continuidade no esprito de nossas crianas desde cedo: ns as cercamos de simulacros de animais em borracha ou em pelcia, e os primeiros livros de figuras que colocamos sob seus olhos lhes mostram o urso, o elefante, o cavalo, o asno, o co, o gato, a galinha, o rato, o coelho etc muito antes que elas os deparem realmente, como se devssemos dar-lhes, desde a mais tenra idade, a nostalgia de uma unidade que logo sabero rompida.
- No surpreende que o ato de matar seres vivos para se alimentar proponha aos humanos, conscientemente ou no, um problema filosfico problema que todas as sociedades tentam resolver.
- O Antigo Testamento fez dele uma consequncia direta da queda: no jardim do den, Ado e Eva se alimentavam apenas de ervas e frutos; foi a partir de No que o homem se tornou carnvoro (Gnesis, 1:29 e 9:3).
significativo que a ruptura entre o gnero humano e os outros animais preceda imediatamente a histria da Torre de Babel ou seja, a separao dos homens uns dos outros como se esta fosse uma consequncia ou um caso particular daquela. Tal concepo fez da alimentao carnvora uma espcie de enriquecimento do regime vegetariano, ao passo que certos povos sem escrita vem nela uma forma de canibalismo um pouco atenuada.
Eles humanizam a relao entre o caador (ou o pescador) e sua presa, concebendo-a sob o modelo de uma relao de parentesco: entre aliados por casamento ou, mais diretamente, entre cnjuges (assimilao facilitada por outra relao: aquela, feita em todas as lnguas do mundo, entre o ato de comer e o ato de copular).
A caa e a pesca se afiguram assim como uma espcie de endocanibalismo. Outros povos talvez at os mesmos julgam que a quantidade devida existente no universo deve estar sempre equilibrada. O caador ou pescador que lhe desconte uma frao dever, por assim dizer, reembols-la, a bem de sua prpria esperana de vida.
Essa outra maneira de ver na alimentao carnvora uma forma de canibalismo no caso, autocanibalismo, porque, nessa concepo, come-se a si mesmo na crena de se comer um outro. H alguns anos, por ocasio da epidemia da vaca louca, que ainda no era o que viria a se tornar, explanei aos leitores do La Repubblica (“Siamo tutti canibali”, 10-11/10/1993) que as patologias afins de que vez por outra o homem vtima o kuru, distrbio neurolgico causado por ingesto de crebros dos mortos em rituais na Nova Guin, e a doena de Creutzfeldt-Jacob, resultante da administrao de extratos de crebro humano para curar distrbios do crescimento esto ligadas a prticas decorrentes do canibalismo, de modo que preciso alargar a noo para poder incluir todas essas doenas.
E eis que agora nos informam que a doena da mesma famlia que afeta as vacas em vrios pases europeus (e que oferece risco mortal ao consumidor) transmitida pelos farelos de origem bovina com que se alimentam os animais. Ela resultou, portanto, da ao humana de transformar estes em canibais, sob um modelo que de resto no sem precedente na histria.
- Segundo textos da poca, durante as guerras religiosas que ensanguentaram a Frana no sculo XVI os parisienses esfaimados se viram constrangidos a se alimentar de po base de farinha de ossos humanos, retirados das catacumbas e modos.
- O vnculo entre alimentao carnvora e um canibalismo ampliado tem conotao talvez universal e, assim, razes muito profundas no pensamento.
Ele vem ao primeiro plano com a epidemia das vacas loucas, uma vez que ao pavor de contrair uma doena letal se soma o horror que tradicionalmente nos inspira o canibalismo, ora extensivo aos bovinos. Condicionados desde a primeira infncia, decerto permanecemos carnvoros e buscamos carnes substitutivas.
No de menos, portanto, que o consumo de carne tenha diminudo de forma espetacular: bem antes desses eventos, quantos de ns passaramos diante de um aougue e experimentaramos mal-estar ao v-lo sob a tica antecipada dos sculos vindouros? Pois dia vir em que a ideia de que os homens do passado criavam e massacravam seres vivos para se alimentar, e complacentemente expunham sua carne aos pedaos em vitrines, inspirar a mesma repulsa que os repastos canibais dos selvagens da Amrica, da Oceania e da frica despertavam nos viajantes dos sculos XVI e XVII.
A crescente voga de movimentos em defesa dos animais atesta que percebemos, cada vez mais nitidamente, a contradio que se encerra em nossos costumes entre a unidade da criao, tal como ainda se manifestava entrada da arca de No, e a sua negao pelo prprio Criador, sada.
- Provavelmente, Auguste Comte est entre os filsofos que mais se ocuparam do problema das relaes entre o homem e o animal.
- Ele o fez mediante uma concepo que os comentaristas preferiram desprezar, pondo-a na conta das extravagncias a que frequentemente se entregava aquele grande gnio.
- No obstante, merece que nela nos detenhamos.
Comte divide os animais em trs categorias. Na primeira, inclui aqueles que de algum modo apresentam perigo ao homem e prope simplesmente a sua aniquilao. Na segunda, ele rene as espcies protegidas e criadas pelo homem para delas se alimentar: bovinos, sunos, ovinos etc.
- Aps milnios transformando-os to profundamente, de fato no poderamos mais consider-los animais: seriam antes “laboratrios nutritivos” onde se elaboram os compostos orgnicos necessrios nossa subsistncia.
- Se Comte exclui da animalidade essa segunda categoria, integra humanidade a terceira.
- Nesta agrupa as espcies sociveis, em que encontramos nossos companheiros e nossos ativos auxiliares animais cuja “inferioridade mental tem sido muito exagerada”.
Alguns, como o co e o gato, so carnvoros. Outros, dada a sua natureza de herbvoros, no tm um nvel intelectual que os faa utilizveis. Comte preconiza torn-los carnvoros, coisa nada impossvel a seus olhos, haja vista que na Noruega costumava-se alimentar o gado com peixe seco quando faltava forragem.
- Assim, certos herbvoros seriam elevados ao mais alto grau da perfeio cabvel natureza animal.
- Tornados mais ativos e inteligentes por seu novo regime alimentar, seriam mais facilmente levados a se devotar a seus mestres como servidores da humanidade.
- Poderamos confiar-lhes a vigilncia das fontes de energia e das mquinas, de forma a deixar os homens disponveis para tarefas mais importantes.
Utopia, reconhece Comte, mas no mais do que a transmutao dos metais, que se encontra na origem da qumica moderna. Ao aplicar a ideia de transmutao aos animais, ele no faz mais do que estender a utopia da ordem material ordem vital. Antigos de sculo e meio, tais pontos de vista so profticos sob vrios aspectos, e sob outros manifestam um carter paradoxal.
bem verdade que o homem provoca, direta ou indiretamente, a desapario de inmeras espcies, e que, por isso, outras tantas esto gravemente ameaadas que se pense nos ursos, lobos, tigres, rinocerontes, elefantes, baleias etc, bem como nas espcies de insetos e de outros invertebrados aniquilados a cada dia em consequncia das degradaes infligidas pelo homem ao meio ambiente.
Proftica a um ponto que Comte no poderia imaginar a sua viso daqueles animais que so impiedosamente reduzidos condio de laboratrios nutritivos viso da qual nos oferecem a mais horrvel ilustrao as atuais criaes intensivas de vitelos, porcos e galinhas.
Igualmente proftica a ideia de que os animais que formam a terceira categoria se tornaro ativos colaboradores do homem, como atestam as misses cada vez mais diversificadas que so confiadas aos ces-guia, o recurso a macacos especialmente treinados na assistncia aos deficientes, as esperanas depositadas nos golfinhos.
A transmutao de herbvoros em carnvoros tambm proftica como o evidencia o drama das vacas loucas, embora nesse caso as coisas no tenham se passado do modo previsto por Comte. Primeiro, porque tal transformao talvez no seja to original quanto se cr: pode-se sustentar que os ruminantes no so verdadeiramente herbvoros na medida em que se alimentam sobretudo de micro organismos que, estes sim, se alimentam de vegetais por meio da fermentao num estmago especialmente adaptado.
Segundo, porque a transformao no foi obtida em benefcio dos ativos auxiliares do homem, mas em detrimento dos animais qualificados por Comte como laboratrios nutritivos erro fatal, j que, como ele prprio alertou, “o excesso de animalidade lhes ser prejudicial”. Prejudicial no apenas a eles, mas tambm a ns: ao lhes conferirmos um excesso de animalidade (convertendo-os antes em canibais que em carnvoros) no estaramos involuntariamente transformando nossos “laboratrios nutritivos” em laboratrios mortferos? A doena da vaca louca ainda no atingiu todos os pases.
A Itlia, creio, est indene at o momento e talvez assim permanea, seja porque a epidemia se autoconter, como predizem os especialistas britnicos, seja porque se descobriro vacinas ou curas, seja ainda porque uma rigorosa poltica sanitria garantir a sade dos animais destinados ao abate.
- Entretanto, outros cenrios so concebveis.
- Contrariamente s idias correntes, suspeita-se que a doena possa transpor as fronteiras biolgicas entre as espcies.
- Atingindo todos os animais de que nos alimentamos, ela se instalaria permanentemente entre os males nascidos da civilizao industrial e que comprometem cada vez mais gravemente a satisfao das necessidades de todos os seres vivos.
J no respiramos um ar que no seja poludo. Igualmente poluda, a gua no mais aquele bem que se podia crer ilimitado: ns a sabemos contada, tanto para a agricultura quanto para o uso domstico. Aps o surgimento da aids, as relaes sexuais comportam um risco fatal.
Todos esses fenmenos transtornam e transtornaro profundamente as condies de vida da humanidade, anunciando uma nova era em que ter lugar, como simples decorrncia, esse outro perigo mortal apresentado pela alimentao carnvora. Mas esse no o nico fator que poder constranger o homem a evitar tal alimentao: num mundo em que a populao global provavelmente ter dobrado em menos de um sculo, o gado e outros animais de criao se tornaro temveis concorrentes do homem.
Calcula-se que nos Estados Unidos dois teros da produo de cereais se destinam a aliment-los. E no nos esqueamos de que esses animais, em forma de carne, nos fornecem um nmero de calorias bem inferior quele que consumiram no curso de suas vidas (no caso da galinha, segundo me disseram, um quinto).
- Uma populao humana em expanso rapidamente necessitar de toda a quantidade atual da produo de gros para sobreviver, de modo que nada restar para o gado e os animais de criao.
- Em consequncia, todos os humanos devero calcar seu regime alimentar naquele dos indianos e dos chineses, em que a carne animal cobre uma parte muito pequena da necessidade de protenas e calorias.
Ser preciso talvez renunciar completamente a ela, porque medida que a populao aumenta h diminuio da superfcie das terras cultivveis (sob o efeito da eroso e da urbanizao), das reservas de hidrocarbonetos e dos recursos hdricos. Em contrapartida, os especialistas estimam que se a humanidade se tornasse integralmente vegetariana as superfcies hoje cultivadas poderiam alimentar uma populao em dobro.
notrio que nas sociedades ocidentais o consumo de carne vem diminuindo espontaneamente, como se o seu regime alimentar j comeasse a mudar. Ao desviar os consumidores da carne, a epidemia da vaca louca no faz mais do que acelerar uma evoluo j em curso. Ela apenas acrescenta um componente mstico, gerado pelo sentimento difuso que nossa espcie expia por haver contrafeito a ordem natural.
Ainda que a encefalopatia esponjiforme (nome cientfico da doena da vaca louca e congneres) se instale de forma duradoura, supomos que o apetite de carne no desaparecer na mesma proporo. Mas sua satisfao se tornar uma ocasio rara, cara e cheia de riscos (o Japo experimenta algo parecido com o fugu, peixe tetraodontdeo de sabor delicado que se imperfeitamente limpo pode ser um veneno letal).
A carne figurar no cardpio em circunstncias excepcionais, e ser consumida com a mesma mistura de reverncia piedosa e ansiedade que, segundo os antigos viajantes, impregnava o repasto canibal de alguns povos. Em ambos os casos, trata-se ao mesmo tempo da comunho com os ancestrais e da arriscada e perigosa incorporao da substncia de seres vivos que foram ou se tornam inimigos.
Os agrnomos sero encarregados de aumentar o teor de protena das plantas alimentares, e os qumicos de produzir protenas sintticas em quantidade industrial. No mais lucrativa, a criao ter desaparecido completamente. Comprada em lojas de luxo, a carne provir somente da caa.
Nossos antigos rebanhos, abandonados, sero caa como outra qualquer em um campo entregue selvageria. No se pode afirmar que a expanso de uma civilizao que se pretende mundial uniformizar o planeta. Amontoando-se como hoje em megalpoles to grandes quanto regies inteiras, uma populao ter evacuado outros espaos.
Definitivamente abandonados por seus habitantes, tais espaos retornaro s suas condies arcaicas: aqui e ali surgiro as mais estranhas formas de vida. Em vez de caminhar em direo uniformidade, a evoluo da humanidade acentuar os contrastes, criando o novo e restabelecendo o reino da diversidade.
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Porque não podia comer carne de porco no Antigo Testamento?
Afirmações como “grávidas não devem comer carne suína” ou “os judeus devem ter um motivo para não comê-la” acabam por espalhar alguns mitos sobre o alimento. Considerá-la uma carne perigosa, por exemplo, é uma das afirmações que, segundo o nutricionista José Dorea, professor da Universidade de Brasília (UnB), já não faz sentido há pelo menos uns 100 anos.
- Primeiro, é importante que se entenda a diferença entre risco e perigo.
- Risco existe sempre e diante de qualquer coisa.
- Se você anda na rua, existe o risco de ser atropelado.
- Já a noção de perigo é diferente e não faz sentido com relação à carne suína”, explica.
- Segundo o especialista, o medo de adquirir uma doença depois de comer carne suína nasceu porque, no passado, os animais eram criados no entorno das casas, sem qualquer condição de higiene ou saneamento.
Uma realidade bastante diferente da que se vive atualmente. “Hoje, as carnes têm excelente procedência, os animais passam por serviços de inspeção rigorosíssimos e, sendo assim, quando a carne chega à casa das pessoas é porque está pronta e apropriada para o consumo.
- Se incidentes acontecerem, serão com qualquer carne, não só com a suína”, diz.
- Em tese, os mesmos microrganismos e parasitas que poderiam ser transmitidos pela carne suína também podem ser disseminados por frutas e verduras mal lavadas”, compara a médica veterinária Roberta M.
- Züge, da Ceres Qualidade Consultoria e Assessoria e membro do Conselho Científico de Agricultura Sustentável.
Ou seja, a especialista aconselha que o consumidor fique sempre atento à procedência dos alimentos. Religião Outra razão que contribui para esse mito se propagar é não compreender o porquê de alguns povos fazerem restrição ao consumo de carne suína. No mundo judaico, o tema da pureza e a proximidade com a santidade é muito importante.
E o porco era considerado um animal impuro, devido à forma como era mantido antes do abate, há centenas de anos. De acordo com a Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus, o povo judeu tem que se abster de comer esse tipo de carne não porque faz mal à saúde, mas sim porque a lei divina é suprema.
Os muçulmanos também não podem comer carne suína, mas esse alimento não é a única restrição. Eles também são proibidos de comer coelhos, peixes sem escamas e sem barbatanas, avestruz e todos os répteis que rastejam. A proibição desses outros alimentos é mais uma prova de que não se trata de perigos da carne ou qualquer outra razão que não seja o respeito à religião e aos seus costumes.
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Qual foi a verdadeira fruta que Adão e Eva comeram?
Por que a maçã não pode ter sido ‘o fruto proibido de Adão e Eva’, segundo a ciência E se hoje temos fartura desse alimento nos supermercados e feiras livres, é graças à Rota da Seda – caminhos de mercadores na antiguidade, comprando e vendendo produtos de um ponto a outro, entre o extremo leste da Ásia e a Europa.
- Esse comércio, o primeiro movimento de globalização da humanidade, foi iniciado há cerca de 4,5 mil anos – e teve seus mais intensos momentos a partir do século 3 a.C.
- Pois, de acordo com um estudo desenvolvido pelo Instituto Max Planck, da Alemanha, e publicado nesta segunda (28) pelo periódico Frontiers in Plant Science, foi nesse período que a maçã deixou de ser uma frutinha pequena, selvagem e pouco atraente para, por meio de processos de enxertos e seleção das árvores cujos frutos eram mais graúdos e apetitosos, se transformarem em uma das frutas mais populares do mundo.
Assinado pelo diretor do Laboratório de Paleoetnobotânica do instituto alemão, o pesquisador Robert Spengler, o estudo se baseia em pesquisas arqueológicas recentes de sementes de maçã antigas preservadas tanto na Europa quanto na Ásia Ocidental. E combina essas informações com dados genéticos da fruta.
- Ele confirmou que a maçã, em sua versão selvagem, era um fruto pequeno e pouco atraente.
- E sua seleção e transformação em um alimento popular se deve a dois fatores: a megafauna europeia que floresceu depois da última Era do Gelo, há 20 mil anos atrás, e o trabalho dos mercadores da Rota da Seda, que conectava a Ásia e a Europa na Antiguidade.
Spengler partiu das ciências humanas. Encontrou descrições de grandes frutos vermelhos na arte clássica, acreditando que as maçãs já eram coletadas pelo homem desde 10 mil anos atrás no sul da Europa. Sementes antigas em sítios arqueológicos corroboram a tese.
Mas a maçã moderna seria um híbrido de pelo menos quatro espécies silvestres. Aí veio o papel da Rota da Seda. Em busca de frutos que fossem mais atraentes ao mercado, agricultores da época começaram a selecionar as árvores que produziam maçãs mais apetitosas e a realizar enxertos (técnica horticultural que consiste em juntar partes – como galhos – de plantas diferentes para que cresçam juntas).
Esses cruzamentos foram resultando em frutos mais semelhantes aos de hoje. De acordo com o pesquisador, que lança este ano o livro “Fruit From The Sands: The Silk Road Origins of The Foods We Eat”, o nascedouro genético da maçã moderna está nas montanhas Tien Shan, na fronteira entre Cazaquistão, Quirguistão e China.
- A natureza também fazia sua parte.
- No período entre o fim da Era do Gelo e o início da Era Cristã, Europa e Ásia estavam muito mais cheias de animais selvagens de grande porte – parte deles depois extinta.
- Cavalos selvagens, cervos maiores e outros bichos do tipo corriam em bandos, livremente.
- As artimanhas evolutivas, em sua complexidade, carregam uma verdade simples: frutos pequenos “querem” atrair aves – que os comem e acabam espalhando as sementes.
Frutos grandes não podem ser carregados pelas aves. Evoluíram para ser apetitosos para bichos grandes. Foram esses bichos que se deliciaram e ajudaram a espalhar as maçãs. “Considerando que os frutos são adaptações evolutivas para a dispersão das sementes, a chave para entender a evolução dos frutos está na compreensão de que frutos os animais estavam comendo no passado”, pontua Spengler.
- Entretanto, ao contrário das aves, os mamíferos não levam as sementes para tão longe assim.
- É por isso que, conforme concluiu o pesquisador, geneticamente as maçãs selvagens são diferentes em diversas zonas consideradas “de refúgio glacial” desde a Era do Gelo.
- Elas não se espalharam muito.
- Evoluíram a seu modo, em suas variedades.
Essas “ilhas” de maçãs foram rompidas com a ação humana, de modo especial ao longo da Rota da Seda. As árvores passaram a ter contato umas com as outras. Abelhas e outros polinizadores se encarregaram de fazer sua parte. A descendência híbrida resultante originou frutos maiores, o que despertou a atenção dos humanos – que acabaram dando uma mãozinha, replantando mudas das árvores mais favorecidas e realizando enxertos.
Spengler ressalta que esse processo, por conta da ação humana, foi muito mais rápido do que ocorreria em condições naturais. “O processo de hibridização não é o mesmo para todas as plantas. Ainda não sabemos muito sobre como isso ocorre em árvores de longa duração”, comenta o cientista. “Há centenas de plantas domesticadas no planeta.
Muitas das quais tomaram caminhos diferentes para a domesticação.” A maçã é resultado da megafauna pós-Era do Gelo e dos mercadores da Antiguidade, portanto. Mas, como costuma acontecer com plantas domesticadas, a oferta atual de maçã se resume a poucas variedades.
Embora milhares de tipos de maçã sejam conhecidos em todo o mundo, apenas vinte variedades estão amplamente disponíveis nos supermercados”, diz a historiadora e escritora Erika Janik, no livro “Apple: A Global History”. “Essas vinte variedades respondem por 90% de todas as maçãs consumidas. As maçãs foram uma das primeiras frutas cultivadas por seres humanos e seguem sido uma das frutas mais importantes da Europa, América do Norte e outras regiões temperadas do globo – tanto para comida quanto para bebida.
Mas hoje se tornaram commodities globais, valorizadas mais por sua longa vida útil e capacidade de armazenamento do que por sua variedade e sabor surpreendentes.” Sua adaptabilidade é impressionante. “Nascida nas montanhas do Cazaquistão, viajou pelo mundo e se tornou, por sua própria prodigalidade e apego das pessoas, uma espécie ‘local’ em quase qualquer lugar”, escreve Janik.
No relato bíblico da criação o mundo, no livro do Gênesis, Eva desobedece a ordem de não comer o fruto da frondosa árvore do paraíso. Experimenta, gosta e acaba oferecendo-a a Adão. A fruta acabou sendo descrita como maçã. E é assim que aparece em pinturas e se configurou no imaginário humano. O relato original, contudo, não menciona nome algum.
Diz que era o “fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal”. A ideia de considerar esse fruto uma maçã veio aos poucos, muito provavelmente por obra dos antigos tradutores da Bíblia. Ao versarem o texto do grego antigo para o latim, eles utilizaram a palavra ” pomum “.
- Que acabaria sendo maçã, nas línguas modernas – mas poderia ser qualquer fruto com formato semelhante, como figo ou pera.
- Uma outra versão também corrente entre pesquisadores é a de que a fruta acabou sendo chamada de maçã por causa de uma confusão entre as palavras malus – do latim, significando mal – com malum – do grego antigo, que significava maçã.
Fato é que a fruta tornou-se símbolo de pecado e tentação. Mas também de conhecimento. A historiadora Janik afirma que a maçã traz, nas diversas culturas, significados de amor, imortalidade, dom e amizade. No livro apócrifo de Enoque, a árvore do Éden é descrita como “uma espécie de tamarineira, produzindo frutos que se assemelhavam a uvas”.
O antigo texto diz que a “fragrância” podia ser sentida a uma distância considerável. Um dos doze trabalhos de Hércules, da mitologia grega, foi colher as maçãs de ouro de um jardim, após matar o dragão de cem cabeças que o guardava. Na fábula da Branca de Neve e os Sete Anões, a moça é envenenada com uma maçã.
A caricatura sobre a descoberta da gravidade traz o cientista Isaac Newton (1643-1727) concluindo sobre a existência da força depois de ser acordado de um cochilo embaixo de uma macieira: com uma fruta caindo-lhe sobre a cabeça. Essa onipresença da maçã enquanto símbolo encontra explicação na abundância do fruto em zonas temperadas.
Como pontuou o escritor americano Henry David Thoreau (1817-1862) em seu livro Wild Apples, as maçãs são frutos cuja história está conectada à humanidade. “Tanto em folclores europeus, asiáticos quanto norte-americanos, maçãs são sinais de amor e fertilidade”, pontua Janik, no livro “Apple: A Global History”.
“A associação não surpreende, já que a maçã está ligada ao amor e ao desejo. Dramaturgos gregos, como Aristófanes e Teócrito, escreveram frases sobre a semelhante da maçã com os seios de uma mulher, em uma refrão visual que se repete ao longo de toda a arte ocidental.” “Imiscuídas no folclore e na história das nações ao redor do mundo, as maçãs têm sido associadas com amor, beleza, sorte, conforto, prazer, sabedoria, tentação, sensualidade e fertilidade – tudo isso além de ser simplesmente boa comida e bebida”, enumera a historiadora.
“Ela alcançou proeminência global através de sua adaptabilidade às culturas e climas locais.” Da Antiguidade para os dias atuais, a maçã segue sendo ícone. Incorporado, é claro, pela indústria cultural. O apelido de Nova York, por exemplo, “a grande maçã”, começou de maneira pejorativa e foi assumido pelo marketing de turismo.
O termo apareceu pela primeira vez no livro “The Wayfarer in New York”, publicado em 1909. O autor, Edward S. Martin, usou uma metáfora para criticar a maneira como os recursos públicos eram distribuídos nos Estados Unidos. Ele descreveu o país como uma grande macieira.
Então provocou: se Nova York era apenas mais um dos frutos dessa árvore, por que “a grande maçã” deveria receber valores desproporcionais? Nos anos 1920, o jornal New York Morning Telegraph teve uma coluna de notícias esportivas intitulada “Around The Big Apple”. Anos mais tarde, o apelido começou a ser disseminado por músicos de jazz.
Mas o nome caiu feito maçã na boca do povo após uma campanha para promover o turismo por lá, nos anos 1970 – o governo assumiu o codinome e o mundo passou a se referir a Nova York como “The Big Apple”, a Grande Maçã. Em 30 de agosto de 1968, os Beatles lançavam o single Hey Jude, com Revolution no lado B, e que tinha a foto de uma maçã verde no miolo do compacto.
Era o primeiro lançamento dos Beatles pelo selo Apple – inaugurado pelo grupo britânico, com a intenção de mais do que uma gravadora, ser uma fundação artística. Conforme conta o escritor Stefan Granados no livro “Those Were the Days, an Unofficial History of the Beatles Apple Organization 1967-2002”, não deu tão certo assim.
Segundo ele, foi uma experiência “idealista que acabou mal”. ” é lembrada como uma infeliz empresa que os Beatles imaginavam que se tornaria uma manifestação corporativa da cultura jovem da década de 1960″, diz ele. Entretanto, sem dúvida o caso mais bem-sucedido do uso da maçã por uma empresa tem nome e sobrenome: Steve Jobs (1955-2011).
Por causa do inventivo empresário, o logo de uma maçãzinha mordida estampa computadores, laptops, celulares, relógios e muitas outras traquitanas tecnológicas do mundo hoje. Jobs disse que teve a inspiração para o nome da empresa, fundada em 1976, depois de visitar uma fazenda de cultivo de maçãs, na Califórnia.
Ele costumava dizer que o nome “apple” funcionava por ser “divertido, animado e, ao mesmo tempo, não intimidar”. : Por que a maçã não pode ter sido ‘o fruto proibido de Adão e Eva’, segundo a ciência
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Por que Adão e Eva não podiam comer a maçã?
Fato é que a fruta tornou-se símbolo de pecado e tentação.
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Por que Adão e Eva não podiam comer do fruto?
A Separação entre Adão e Eva e Deus –
Como resultado de sua transgressão, que mudanças físicas ocorreram em Adão e Eva?
Como Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o Senhor expulsou-os do Jardim do Éden para o mundo. Sua condição física mudou como resultado de haverem comido o fruto proibido. Como Deus havia falado, eles se tornaram mortais.
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Como era a alimentação do homem primitivo?
Comida congelada, suco de caixinha, pipoca de microondas, sopa instantânea, nuggets, enlatados. Produtos alimentícios como esses, ícones da vida moderna e que enchem nossos carrinhos de supermercados, não fazem jus ao caminho percorrido por nossos antepassados ao longo da história para manter a barriga cheia, o corpo nutrido e a saúde em dia.
No início era a coleta. Há cerca de 200 mil anos, nossos ancestrais, que eram nômades, se alimentavam de frutos e raízes, consumiam carne de caça, peixe e possivelmente moluscos in natura. Como num drive-thru paleolítico, eles aproveitavam as ofertas alimentícias que encontravam pelo caminho. Ainda nesta época, nossos parentes hominídeos inventaram de assar e cozinhar os alimentos.
E foram levando a vida assim, durante alguns milhares de anos. Eles andavam, caçavam, pescavam e comiam. Se não se mexessem, ou se a oferta era escassa, passavam fome. Muito tempo depois, há aproximadamente 10 mil anos, veio a mudança que influenciaria a alimentação, a cultura e as sociedades humanas até hoje: a agricultura.
Cansados de vagar, e com a experiência de milênios acumulada, nossos ancestrais resolveram fixar residência. Passaram a viver às margens de rios e lagos, cultivando trigo, cevada, milho, arroz e cereais – estes que são a base da alimentação tradicional de diferentes povos por todo o planeta até hoje.
Ao mesmo tempo, dava-se início a criação de bovinos, ovinos, caprinos e suínos. Também começaram a produzir bebidas e alimentos líquidos usando cereais, caules, grãos, vagens, brotos; além de cozidos, ensopados e condimentos. Na antiguidade, comida também era remédio – Nos tempos antigos, o que chegava à mesa, pelo menos das elites, já era bastante variado.
- As tumbas do Antigo Egito (a partir do quarto milênio a.C) mostram os alimentos consumidos pelos faraós: massas, carnes, peixes, laticínios, frutas, legumes, cereais, condimentos, especiarias e mel.
- Os egípcios eram também grandes conhecedores dos segredos da farmacopeia e das propriedades das ervas medicinais.
Na Antiguidade Clássica – o longo período em que se destacaram as civilizações grega e romana – também eram conhecidos os efeitos preventivos e terapêuticos da alimentação. Os escritos de Hipócrates, grego conhecido como pai da medicina, mostravam alguns produtos alimentícios consumidos na Grécia Antiga e já faziam uma associação entre alimentos e o combate a doenças.
Admirável Mundo Novo – Outra grande virada nesta história ocorreu por volta de 500 anos atrás, com as Grandes Navegações (séculos XV e XVI). Começava ali a primeira onda de globalização, quando os europeus saíram desbravando mares, conquistando novas terras e povos e, obviamente, diversificando o prato deles de cada dia.
O que seria do molho das massas italianas, se não fosse o tomate, fruto nativo da América Central, que começou a ser cultivado pela Civilização Inca? Isso sem falar nas asiáticas laranja, banana e manga, que cruzaram mares e vieram fazer sucesso nas lavouras e mesas da América.
Daqui do Brasil, o mundo hoje conhece o cajú, a mandioca, a goiaba Quando começou a dar errado – O modo de produção de alimentos permaneceu praticamente o mesmo por muito tempo: o cultivo de vegetais e a criação de animais eram feitos em propriedades familiares e as farinhas eram produzidas de forma artesanal, preservando suas fibras e benefícios naturais.
Mas, ainda na Idade Moderna (séculos XV ao XVIII), a agricultura, que antes era de subsistência, passou a ter fins comerciais. Em meados do século XIX, a história da humanidade passou por um momento de ‘fermentação’, com a chegada da Revolução Industrial, que ‘desandou’ com a ordem estabelecida e o que era feito de forma artesanal, passou a ser produzido com a ajuda de máquinas para acelerar a produção e abastecer uma população que não parava de crescer.
- O movimento atingiu todos os setores, em especial a produção de alimentos.
- É dessa época a criação dos alimentos enlatados (França-1810), criados para atender a necessidade militar, mas que em pouco tempo invadiu prateleiras e casas de todo o mundo.
- A partir dai, em uma velocidade sem precedentes na história da alimentação humana e com a necessidade de se produzir em grande escala para suprir populações imensas, a comida passou a ser objeto de uma verdadeira alquimia, nem sempre saudável.
Hoje, uma inocente receita pode conter corantes, conservantes, antioxidantes, estabilizadores, emulsionantes, espessantes e até gelificantes. Quem quiser realmente saber o que está comendo terá que decifrar ‘ingredientes’ como E162 (corante Vermelho de beterraba), E202 (conservante Sorbato de potássio) ou ainda um ‘apetitoso’ E469 (emulsionante Carboximeticelulose hidrolisada enzimaticamente).
Inclui-se aí também muito sal, muito açúcar, muita gordura. Com a receita talhada, a opção é voltar ao início – Diabetes, obesidade, hipertensão, câncer. Doenças da modernidade, que viraram epidemia em países industrializados, são hoje creditadas ao estilo de vida contemporâneo, e olha aí a alimentação de novo.
Não precisamos mais plantar, caçar, pescar. O alimento está ao alcance de qualquer um que possa pagar por ele. Muita oferta de comida, pouco esforço para obtê-la. Apesar disso, há uns comensais que, em busca de uma vida mais saudável, estão se voltando para um cardápio mais natural, mais próximo ao que nossos antepassados comiam.
- Isso porque – em virtude de uma alimentação inadequada, carente de nutrientes e vitaminas, repleta de aditivos e conservantes; e altamente calórica –, os problemas de saúde passaram a ser relacionados ao que comemos.
- Para muito além das dietas da moda ou de emagrecimento, há hoje uma ainda embrionária, mas crescente, busca por outros tipos de alimentação: vegetariana, crudivorista, alimento vivo, macrobiótica ou até mesmo a antiga comida da vovó.
O modo de fazer fica por conta de cada um, mas valiosas dicas para fazer bonito na cozinha podem ser encontradas no Guia Alimentar para a População Brasileira e no livro ‘ Alimentos Regionais Brasileiros ‘, lançados pelo Ministério da Saúde. As duas publicações procuram resgatar o que há de melhor na tradição culinária, que se perdeu em meio ao corre-corre diário, a falta de tempo e as soluções fáceis que, ao longo dessa incrível história, acabaram por colocar o fogão em banho-maria.
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Como ocorreu a evolução da alimentação humana?
A história da alimentação e nutrição ocorre paralelamente à história do homem. Ao surgir no planeta, o homem observando os outros animais, consumia o que era ofertado pela natureza, frutos, raízes e folhas. Mais tarde, iniciou-se a prática de caçar e pescar, consumindo também carnes de animais selvagens.
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Como eram as comidas de antigamente?
“No meu tempo era muito melhor e nada disso acontecia”. Quantas vezes não escutamos comentários assim sobre a sociedade atual? Entretanto a conversa nunca parece acontecer quando o assunto é alimentação. As facilidades da vida moderna com alimentos industrializados e prontos para consumir parecem apagar a saudade do passado, que surge quando o tema é segurança, relacionamento ou educação.
No passado a alimentação das pessoas era bastante simples. Os carboidratos utilizados eram basicamente complexos, ou seja, provinham de alimentos com alto teor de fibra e baixo índice glicêmico. A maioria das preparações eram assadas e preservavam a qualidade nutricional, o que proporcionava uma digestão bem lenta.
Tudo isso evitava o acúmulo de energia e gordura, mantendo por mais tempo a saciedade. O açúcar consumido era o mascavo, pois o refinado tinha alto custo e era reservado para as visitas. Os vegetais eram sempre fresquinhos e sem agrotóxicos. As carnes e aves eram criadas nas próprias fazendas, sítios, aguardando o tempo de crescimento e maturação normal do animal, sem a exposição de estresse como hoje é realizado.
- Os temperos utilizados à base de ervas sempre frescas.
- Frutas colhidas no pé, consumidas diariamente.
- Também não podemos deixar de falar que as pessoas eram bastante ativas.
- Levantavam muito cedo, andavam muito a pé e faziam muita força, pois o trabalho era basicamente braçal.
- As mulheres, por exemplo, lavavam roupas nos rios e as torciam na mão, sem a ajudante famosa da atualidade a “máquina de lavar”.
Passavam roupa em ferro à brasa e cozinhavam em fogão à lenha. E por ter um dia bastante exaustivo e sem a luminosidade dos aparelhos eletrônicos como são utilizados hoje, dormiam muito cedo e assim mantinham a rotina metabólica do seu organismo. Atualmente, a nossa alimentação foi gradativamente substituída por produtos alimentícios ultraprocessados de preparo instantâneo, tais como steaks, hambúrgueres, salsichas, massas de preparo ultrarrápido com temperos artificiais, sucos de caixa e em pó com alto nível de corantes e conservantes, refrigerantes.
- O açúcar refinado, hoje de fácil acesso, é muito consumido tanto nas preparações de adição (sucos, café, chás) e nas sobremesas, que hoje são consumidas no lugar das frutas.
- Esse fato resulta numa alimentação com excesso calórico, alta ingestão de açúcar simples e gorduras modificadas.
- Estudos revelam que principalmente nos últimos cinquenta anos foram observados alterações na qualidade e quantidade da dieta dos brasileiros associadas às mudanças no estilo de vida da população como sedentarismo e alto nível de estresse.
Diversos fatores tentam explicar essa modificação do padrão alimentar, tais como migração da população rural para a cidade, inserção da mulher no mercado de trabalho e a pressa cotidiana que consequentemente aumenta o consumo de industrializados e induz a refeições rápidas, chamadas de fast food.
Essa alteração do padrão alimentar brasileiro leva a um aumento de casos de obesidade, doenças cardiovasculares, mostrando que devemos resgatar hábitos alimentares do passado ou até mesmo tentar adequar as nossas rotinas e utilizar a menor quantidade de alimentos industrializados. Dê preferência a alimentos frescos e preparados em casa.
Toda vez que puder, lembre-se do exemplo que seus avós podem dar para uma alimentação mais saudável! Este texto foi escrito com a orientação de nutricionistas integrantes da Comissão de Especialidade Associadas da SBCBM. Fotos via Pixabay ( CC )
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Como o homem primitivo começou a conservar os alimentos?
Na pré-história, as técnicas de conservação de alimentos que predominaram foram o cozimento através do fogo, secagem natural pela ação solar – pois notou-se que a carne seca na parte externa conservava a parte interna – e a fermentação, descoberta durante o processo de fabricação do queijo.
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