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Quais tribos praticavam o canibalismo?
Canibalismo dos Tupinambás Os índios tupinambás notabilizaram-se por uma prática peculiar: o canibalismo que praticavam em seus rituais. O ritual antropofágico era comum entre os índios tupinambás no Brasil * Entre as tribos indígenas que viviam no Brasil na época do início da colonização portuguesa, no século XVI, os tupinambás ficaram conhecidos amplamente por uma característica peculiar: a antropofagia, isto é, o ato de comer carne humana, também denominado canibalismo.
- É certo que os tupinambás não eram os únicos a exercer tal prática, mas em razão sobretudo dos relatos de alguns viajantes europeus que presenciaram os rituais de canibalismo dessa tribo, sua fama correu o mundo.
- O principal relato escrito sobre o canibalismo dos tupinambás é de autoria do aventureiro alemão Hans Staden (1525-1579) e está registrado na obra Duas Viagens para o Brasil, publicada em 1557.
Esse relato circulou amplamente entre os círculos letrados da Europa por várias décadas, o que contribuiu para a composição de um imaginário exótico do chamado “Novo Mundo”. Outro europeu que se dedicou a refletir sobre o canibalismo dos índios brasileiros foi o filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592), inventor do gênero de escrita chamado ensaio,
Montaigne escreveu o ensaio intitulado “Dos Canibais” para pensar a própria forma de organização da civilização europeia de sua época (século XVI) em contraste com a tribo primitiva dos tupinambás. Sem contar que tanto Montaigne quanto várias multidões de pessoas do século XVI tiveram a oportunidade de ver índios tupinambás em cidades como Lisboa e Paris.
Eles haviam sido capturados no Brasil e para lá conduzidos a fim de acrescentar uma “mostra exótica” à corte dos monarcas europeus. Não pare agora. Tem mais depois da publicidade 😉 A prática do canibalismo entre as tribos indígenas brasileiras é interpretada por antropólogos e historiadores sobre vários ângulos.
- Primeiramente, deve-se destacar que o canibalismo tupinambá é caracterizado como “exocanibalismo”, isto é, essa tribo não devorava membros de sua própria comunidade, mas buscava em outras tribos rivais o seu “alimento”.
- Geralmente os homens canibalizados eram guerreiros capturados em batalhas.
- O corpo desses rivais era comido em cerimônias com presença de dança e outros elementos ritualísticos.
O canibalismo, na maioria dos casos, possuía algum fundamento mítico que o legitimava, como a necessidade de espantar a violência do grupo, da comunidade, através do sacrifício de membros de fora dela. Na década de 1920, vale acrescentar que o poeta, polemista e filósofo Oswald de Andrade, um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, publicou o “Manifesto Antropófago”, um dos textos-base do Modernismo artístico brasileiro, no qual evocou a ideia dos índios canibais brasileiros, dando a ela um sentido estético que serviu como marca da capacidade da cultura brasileira de absorver outras culturas e tradições e imprimir nelas sua própria marca.
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Onde tem índios canibais no Brasil?
Funai admite existência de índios canibais na área da Perimetral Norte | Unidades de Conservação no Brasil Jornal do Brasil (Rio de Janeiro – RJ) – 23/03/1973 Funai considera a possibilidade de encontrar, durante o projeto de atração e pacificação de índios na área da Perimetral Norte e próximo ao Parque Nacional do Tumucumaque, índios conhecidos por nereyó ou nereyana, tidos como canibais.
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: Funai admite existência de índios canibais na área da Perimetral Norte | Unidades de Conservação no Brasil
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O que os tupinambás comiam?
Viviam da caça, coleta, pesca, além de praticarem a agricultura, sobretudo de tubérculos, como a mandioca e a horticultura.
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Quantas tribos canibais existem?
Conheça a última tribo canibal do mundo Pode até parecer o enredo de um filme de aventura dos anos 80, mas ainda existe um povo canibal no mundo. Conhecida como Korowai, a última tribo antropófaga está situada em Papua-Nova Guiné, na Oceania. Famosos por seus rituais, eles também ganharam fama mundial por suas casas a mais de 35 metros de altura na copa das árvores.
Localizada por cientistas na década 1970, a tribo teve o primeiro contato com o homem branco apenas naquela época. Para uma população que vivia em total isolamento da humanidade, a descoberta gerou tanto terror que os descobridores foram chamados de “laleo”, que significa “demônio branco”. Ao contrário da crença popular que o canibalismo ocorre em qualquer momento e sem um objetivo próprio, os Korowai’s comem seus pares apenas quando eles são ‘acusados’ por um doente que esteja à beira da morte.
Quando a pessoa enferma chama alguém pelo nome, os membros Korowai’s acham que o doente está acusando-a de estar possuída pelo “khakhua” que significa demônio, em português. A prática faz parte da cultura espiritual da tribo e segundo uma crença local, eles estão matando a criatura que está transmitindo a doença e não um ser humano.
- Quando se fala em canibalismo, logo se pensa em selvageria e pessoas sendo comidas vivas, mas não é assim que ocorre.
- No ritual Korowai, o “acusado” é primeiramente morto por uma flecha feita com osso de ave e então, seu corpo é cortado, cozido e servido para a tribo durante o jantar.
- As únicas partes que não são devoradas pelos canibais são os órgãos genitais, cabelos, ossos, dentes e unhas.
Os únicos integrantes que estão a salvo do canibalismo são as crianças, mas apenas até os 12 anos de idade. Assim como o ritual não permite que sejam mortas, elas também não podem se servir dos banquetes antropófagos. Contudo, se uma das crianças for acusada de estar possuída pelo “khakhua”, ela será mantida presa até a adolescência quando será morta.
Prática ilegal Nos últimos anos, o governo local vem tentando diminuir a prática no país ao proibi-la em algumas áreas. Uma das leis que tentam coibir o canibalismo trata o ato como um assassinato premeditado. Porém, independentemente das ações governamentais, o número de pessoas mortas anualmente vem caindo desde o início do contato dos Korowai’s com o homem branco.
Turismo Ao contrário do que se pode imaginar, centenas de turistas visitam os Korowai’s anualmente e saem com todas as partes do corpo inteiras! Desde a descoberta da tribo, algumas agências turísticas a colocaram em seus roteiros e levam visitantes para conhecê-la.
- Os passeios rumo aos últimos canibais do mundo são vendidos na cidade de Port Moresby, capital de Papua-Nova Guiné.
- O roteiro custa a partir de R$ 1455 por pessoa e dura 10 horas.
- Como o canibalismo ocorre apenas entre os próprios integrantes, não existem riscos a saúde dos turistas.
- Com visitas quase diárias, os Korowai’s criaram uma nova fonte de renda para ajudar na subsistência da tribo.
Contudo, o dinheiro não alterou o estilo de vida simples e os hábitos deste povo único. Fonte: UOL : Conheça a última tribo canibal do mundo
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Onde existe tribos canibais?
Este artigo tem mais de 5 anos Um casal alega que foi raptado por uma tribo canibal durante as férias na Papua Nova Guiné. Conseguiram escapar mas a história está a ganhar destaque. i ▲ Crê-se que as tribos na Papua Nova Guiné são dos grupos que mais praticam o canibalismo no mundo. John Dominis/The LIFE Picture Collection/Getty Images ▲ Crê-se que as tribos na Papua Nova Guiné são dos grupos que mais praticam o canibalismo no mundo.
John Dominis/The LIFE Picture Collection/Getty Images Pode parecer uma história retirada de um filme de domingo à tarde. Mas terá mesmo acontecido a um casal de turistas, um britânico e a namorada americana, durante umas férias na Papua Nova Guiné (no entanto, existem algumas alegações que dão conta que esta pode ser mais uma manobra de publicidade para ganhar destaque pela Internet).
O casal alegou ao jornal The Sun que teve de fugir pela selva depois de ser raptado por homens tribais mascarados e armados com lanças e catanas. A história, que está a ser reproduzida por grande parte da comunicação social inglesa e internacional, aconteceu quando Matthew Iovane, de 31 anos, e a namorada Michelle Clemens, com a mesma idade, estavam a fazer uma caminhada pelo mato denso.
Dois homens tê-los-ão despido e vendado os olhos – ao jornal The Times oficiais consulares da capital Port Moresby confirmaram a história. Em declarações ao Sun, Matthew contou que ficou imediatamente com receio que os sequestradores fossem canibais e que ambos estivessem em risco de serem, literalmente, comidos: “Eles estavam muito assustadores nas suas roupas tribais e com as pinturas que pareciam de guerra e aproximaram-se até nos rodearem”.
O britânico relata o que aconteceu: “Rasgaram a minha t-shirt para me taparem os olhos e o pensamento horrível de que poderíamos estar no ‘menu’ deles passou-me pela cabeça. Eles foram totalmente selvagens e estávamos à sua mercê. Eu pensei que iríamos desaparecer na selva e nunca mais seríamos vistos”.
PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR Depois, o casal conseguiu fugir e foram ajudados por habitantes locais antes de serem colocados num helicóptero para Port Moresby para receberem tratamento médico. No entanto, muitos dos seus pertences foram roubados. Eu pensei que estávamos a ser roubados por isso largámos as nossas mochilas e tentámos acalmá-los, dizendo que eles podiam levar tudo.
Até que começaram a empurrar e a ameaçar-nos Então um virou-se para mim, a balançar a catana e começou a rasgar as minhas roupas até que fiquei praticamente nu”. Crê-se que as tribos na Papua Nova Guiné são dos grupos que mais praticam o canibalismo no mundo.
Por isso e sem referir esse aspeto, um porta-voz do gabinete dos Negócios Estrangeiros do país afirmou, citado pelo Telegraph, que “estamos a providenciar apoio ao cidadão britânico e à sua companheira que sofreram ferimentos tendo sido transportados para o hospital em Port Moresby no dia 11 de janeiro”.
O The Sun publicou algumas fotografias dos ferimentos que o casal sofreu durante o incidente: The Sun
The Sun
Os ferimentos nos dedos da americana podem impressionar. (The Sun)
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O que significa a palavra tupinambá?
Significado de Tupinambás – substantivo masculino plural Fig. Chefe, manda-chuva. Nome dado pelos cronistas dos séc. XVI e XVII a diversos grupos indígenas de língua tupi que viviam no litoral do Rio de Janeiro e da Bahia, e também no Pará e no Maranhão.
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Quem é o Caboclo Tupinambá?
Caboclo Tupinambá é um espírito singular que personifica bem o Orixá Oxóssi. De humor sereno e constante, é firme e combativo sem deixar de ser alegre e carinhoso. Sábio, paciente e carismático, é realmente um paizão! Ou como ele mesmo diz, ‘Tupinambá é como o bambú: sabe se vergar e por isso não pode ser quebrado’.
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Por que a França se aliou aos Tupinambás?
A França Antártica A França Antártica
No governo de Duarte da Costa ocorreram diversas incursões de de potências européias, dentre elas a dos franceses. Aportaram na baía de Guanabara em 1555, com o objetivo de instalar um núcleo colonial, a França Antártica. Chefiados por Nicolau Durand de Villegaignon, ali fundaram o forte de Coligny. Pretendiam garantir a exploração do pau – brasil no litoral sul e conseguir um espaço onde os protestantes franceses pudessem exercer livremente sua religião. Fizeram amizade com os índios Tupinambás que, junto com outras nações indígenas, guerreavam com os portugueses contra sua escravização. A união das tribos indígenas contra os portugueses ficou conhecida como a Confederação dos Tamoios. Mem de Sá, o terceiro Governador Geral, cujo governo durou 15 anos, veio para o Brasil com três metas bem definidas: pacificar a administração, atenuando os conflitos entre indígenas e ; restabelecer as relações com o Bispado, estremecidas durante o governo anterior e expulsar os franceses do Rio de Janeiro. Em um breve espaço de tempo atingiu as duas primeiras metas. A expulsão dos franceses só se efetivou em 1567. A primeira expedição organizada por Mem de Sá contra os franceses ocorreu em 1560. Com a destruição do forte de Coligny, foram expulsos temporariamente da baía de Guanabara. Em 1563 a Metrópole enviou reforços para o governador, consubstanciados na expedição de Estácio de Sá, seu sobrinho. Em 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que serviria inicialmente de base na luta contra os franceses e seus aliados indígenas. A luta com os franceses prosseguiu até 1567, quando Estácio de Sá recebeu reforços militares e ajuda de índios, chefiados por Araribóia, adversário dos tamoios e aliado dos portugueses. Por seu lado, os, liderados por Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, pacificaram os de São Vicente, fazendo com que retirassem seu apoio aos franceses, em troca da promessa de não serem mais atacados e nem escravizados. Sem esse apoio, os franceses não conseguiram resistir, sendo definitivamente expulsos do Rio de Janeiro. Estácio de Sá, vítima de uma flechada no decorrer da luta, morreria algum tempo depois. Em 1572, após a morte de Mem de Sá, o governo português dividiu o Governo Geral do Brasil em dois: o do norte, com sede em Salvador, e o do sul, com sede no Rio de Janeiro. Pretendia, com essa medida, organizar melhor a administração da Colônia, fortalecer a ocupação do Rio de Janeiro e de São Vicente, sempre ameaçadas pelos franceses e espanhóis, e estimular a penetração para o sul e o interior. Sem ter atingido plenamente seus objetivos, a Coroa portuguesa resolveu, em 1578, unificar, novamente, a administração da Colônia. |
A França Antártica
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Qual foi o maior canibal da história humana?
Jeffrey Lionel Dahmer (Milwaukee, 21 de maio de 1960 – Portage, 28 de novembro de 1994) foi um assassino em série americano. Dahmer assassinou 17 homens e garotos, entre 1978 e 1991, sendo a maioria dos assassinatos ocorridos entre os anos de 1989 e 1991.
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Quem são os canibais brasileiros?
Canibais de Garanhuns – Wikipédia, a enciclopédia livre Canibais de Garanhuns Jorge Beltrão no julgamento de 2018, acompanhado por um policial Local do crime
- ,,
- , Pernambuco, Brasil
Data
- 26 de maio de 2008
- fevereiro de 2012
- março de 2012
Tipo de crime e Vítimas
- Jéssica Camila da Silva Pereira
- Giselly Helena da Silva
- Alexandra da Silva Falcão
Réu(s)
- Jorge Beltrão Negromonte da Silveira
- Isabel Cristina Pires da Silveira
- Bruna Cristina Oliveira da Silva
Situação Condenados Canibais de Garanhuns foi como ficou conhecido o trio formado por Jorge Negromonte, Isabel Cristina e Bruna Cristina, condenados por assassinar, esquartejar, consumir e vender de carne humana em,,, Eles faziam parte de uma seita chamada Cartel, cujo objetivo era a purificação do mundo e o controle populacional.
A ingestão de carne humana fazia parte desse processo de purificação. O trio planejava realizar uma quarta morte, que encerraria o ciclo da seita e abriria um “portal para o acesso ao paraíso.” No entanto, eles foram presos antes de completar esse objetivo. As vítimas do trio foram Jéssica Camila da Silva Pereira, assassinada em 26 de maio de 2008, e Giselly Helena da Silva e Alexandra da Silva Falcão em 2012.
A carne das vítimas foi utilizada para fabricar salgados, como empadas, que foram vendidas para a população de Garanhuns, e alguns moradores relataram tê-los comido, sem saber de que eram feitos. Afetado por uma doença mental, Jorge publicou em cartório no mesmo ano o livro, no qual narra as alucinações de que padecia desde a infância, bem como o consumo de carne humana e a confecção dos salgados.
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Quem era o verdadeiro canibal americano?
A série Dahmer: O Canibal Americano, original disponível na Netflix, foi lançada em 21 de setembro e reconta a história dos crimes reais cometidos por Jeffrey Dahmer. Por mais de uma década, o assassino fez 17 vítimas, todas homens e garotos não-brancos homossexuais.
A produção é dirigida por Ryan Murphy (Glee e American Horror Story – 2011) e protagonizada por Evan Peters, que atuou em todas as temporadas da antologia de horror. O título se tornou a segunda maior estreia entre as séries de língua inglesa da plataforma, e ultrapassou 700 milhões de horas assistidas nos seus primeiros 28 dias de exibição,
Além de abordar a violência cometida pelo assassino em série, a produção também mostra como a impunidade sistemática nos Estados Unidos tornou viável que Dahmer atuasse por tanto tempo. A classificação etária desaconselha o conteúdo para menores de 18 anos, por apresentar cenas com o uso de drogas ilícitas, nudez, violência e abuso sexual.
A seguir, saiba mais sobre o caso que inspirou a série, as diferenças com a história real e como foi a repercussão entre os familiares das vítimas. Em Dahmer: O Canibal Americano, o serial killer é interpretado por Evan Peters — Foto: Divulgação/Netflix Os assassinatos cometidos por Jeffrey Dahmer ocorreram entre 1978 e 1991.
O primeiro caso aconteceu em Ohio, enquanto os seguintes em Milwaukee, Wisconsin. O serial killer frequentava casas de prostituição, boates e clubes LGBTQIA +, onde abordava seus alvos. As 17 vítimas tinham entre 14 e 32 anos, eram negros, asiáticos ou nativo-americanos e estavam, em sua maiora, em uma posição social vulnerável.
- Os ataques aconteciam principalmente no apartamento de Dahmer.
- Além de cometer violências físicas e sexuais antes das mortes, ele desmembrava os cadáveres e os consumia.
- O único sobrevivente foi Tracy Edwards, que em 1991 conseguiu escapar do apartamento e levar a polícia ao local.
- Dahmer foi preso no mesmo ano, réu confesso e condenado a 16 sentenças de prisão perpétua.
Foi enviado à prisão de segurança máxima Columbia Correctional Institution, onde em 1994 foi morto por outro detento.
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Quem pratica canibalismo?
Resumo sobre o canibalismo –
O canibalismo é um termo usado para definir a prática de indivíduos se alimentarem de outros indivíduos da mesma espécie. O canibalismo pode ser praticado por seres humanos, embora seja frequentemente associado com a antropofagia. A antropofagia se refere ao consumo de carne humana dentro de um ritual religioso. Alguns povos indígenas do Brasil realizavam rituais antropofágicos no século XVI. Estima-se que o canibalismo tenha surgido cerca de 800 mil anos atrás.
Por que os índios praticavam o canibalismo?
ARTIGO Arqueoastronomia: o canibalismo do indígena brasileiro associado à astronomia Audemário Prazeres “O arqueólogo não escava objetos, mas civilizações”, dizia Sir Mortimer Wheeler. E com razão: foi através do exame meticuloso de documentos, monumentos e peças de arte, “testemunhos” arqueológicos deixados por nossos antepassados, que a arqueologia reconstituiu parte da história da humanidade. Para o homem pré-histórico, o firmamento tinha um significado bem diverso do que, imaginamos, tem para nós, homens modernos. Para eles, sem a poluição luminosa das grandes cidades, a harmonia da imensa abóbada noturna de pontos luminosos situada imediatamente acima de suas cabeças – bem como a Lua e, durante o dia, o Sol e sua fonte de luz (que aquecia e, igualmente, cegava) – regia e ordenava a sucessão de fenômenos que ocorriam no espaço terrestre em que viviam, tornando-se, assim, nessa visão de mundo, o componente principal de sua existência.
A astronomia é considerada a mais antiga das ciências e a que desempenhou o mais importante papel em toda a história da humanidade. Sendo assim, a criação da arqueoastronomia tem um papel fundamental nesse contexto. Pois o mais primitivo ser humano, nosso antigo ancestral, se interessou em observar os fenômenos astronômicos que ocorriam à sua volta e, na medida do possível, tentou compreendê-los.
Sem saber, ele já estava praticando a astronomia. Entretanto, os primeiros registros da astronomia só ocorreram por volta de 3.000 a.C. Para as tribos mais antigas, os astros tinham muita importância prática. O Sol fornecia calor e luz durante o dia, e a Lua, luz durante a noite.
Ou seja, inicialmente, a atenção dos homens primitivos era atraída para os corpos celestes que afetavam diretamente sua vida cotidiana. O desconhecimento da verdadeira natureza dos astros e os sentimentos de curiosidade, admiração e temor por eles produzidos, levou-os a acreditar na sua natureza divina.
O Sol era um deus e a Lua uma deusa. As estrelas eram luzes fixas num hemisfério sólido sob o qual se estendia a terra plana. Foi com esses conceitos que mais adiante se constituiu a astrologia (“ciência das adivinhações”). A riqueza de conhecimentos astronômicos associados à cultura dos nossos povos indígenas é absolutamente fantástica.
- É bem verdade que essa gama de cultura associada aos astros é encarada, nos tempos atuais, como algo lúdico, folclórico, místico, entre outros conceitos.
- Mas temos que levar em conta as circunstâncias do saber científico daquela época e a própria cultura de algumas etnias.
- Os portugueses encontraram o Brasil povoado por numerosos grupos indígenas, entre os quais se constituíam como principais os Tupis-Guaranis, que viviam no litoral brasileiro.
À época do descobrimento e da colonização, era a seguinte distribuição dos Tupis-Guaranis: – Os Tupinambás ocupavam trechos das costas brasileiras que se estendiam desde o Maranhão, até os arredores da antiga Baía da Guanabara. – Os Potiguares ocupavam o atual estado do Rio Grande do Norte e parte da Paraíba.
– Os Tabajaras viviam no litoral de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo e São Vicente. – Os Caetés viviam na região compreendida entre a Paraíba e a foz do rio São Francisco. – Os Tupiniquins, que foram os índios com os quais os portugueses entraram em contato pela primeira vez, viviam na Bahia. – Os Tamoios, notáveis pela resistência (em relação aos portugueses), ocupavam o Rio de Janeiro e São Paulo.
– Os Carijós e os Tapes ocupavam toda a área litorânea compreendida entre o Paraná e o Rio Grande do Sul. Os nossos índios viviam agrupados em “nações”, que eram governadas por um chefe chamado “tuxaua”, tendo ainda um chefe guerreiro chamado “morubixaba”, e um chefe religioso chamado de “pagé”. O pagé era o chefe tribal mais respeitado, e se achava revestido de funções mágicas, medicinais e religiosas.
- Cabia ao pagé prever a chegada das chuvas e os acontecimentos relacionados com a vida da nação (paz, guerra, boas e más colheitas etc), além de curar doenças e conduzir rituais que levavam à “passagem” entre o nascimento, casamento e morte.
- Nesse ponto, vemos mais marcantes as “influências” dos astros no dia-a-dia de cada aldeia (nação).
Podemos, claramente, perceber que o conhecimento dos mais longínquos ancestrais dos remanescentes índios brasileiros já tinham noção sobre astronomia. Vemos esse conhecimento ricamente contido em suas lendas e crenças de formação da abóbada celeste e do nosso planeta, com a vida aqui existente.
Esses conhecimentos foram repassados de geração em geração na forma oral, inseridos nos seus costumes. Os Tupis-Guaranis se baseavam na crença de que as forças da natureza, tais como o trovão, o Sol, as tempestades, eram um simbolismo das moradas dos deuses. Eles necessitavam de “adorações”, para permanecerem calmos, diminuindo sua fúria.
Dentre as divindades mais importantes, destacamos: Monan, criador do céu e da terra; Iara, a mãe dos rios e oceanos; Tupã, deus relacionado ao trovão; e a Caapora, divindade presente nas florestas. Mas, quando falamos sobre atos de canibalismo ou antropofagia dos índios brasileiros, nos deparamos com essa prática de maneira mais marcante com os índios Tupinambás, apesar de encontrarmos registros de que os índios Cariris (Kariri), presentes de forma mais marcante entre Alagoas e Pernambuco, também cultuarem os rituais de canibalismo.
Identificamos sub-grupos dos Cariris no vale do São Francisco nos séculos XVII e XVIII, mas encontramos registro da sua permanência em outras regiões, que compreendem a Chapada do Araripe, o Sertão de Alagoas, a Paraíba e outros estados do Nordeste. Podemos situá-los fortemente na cidade de Palmeira dos Índios, município brasileiro do estado de Alagoas, que, em 2004, tinha uma população estimada em 69.211 habitantes.
A cidade ocupa terras que foram um dia uma importante aldeia dos índios Xucurus-Cariris, onde foi criada uma freguesia, em 1798, passando a ser vila em 1835 e elevada à categoria de cidade em 1889. O famoso escritor alagoano Graciliano Ramos já foi prefeito de Palmeira dos Índios. Os Cariris tinham uma vestimenta feita de palhas, chamada de praiá, utilizada nos seus rituais regiliosos. Se utilizarmos a nossa imaginação, vemos que um ato bem comum das civilizações antigas era adorar os astros e os fenômenos que nele surgiam. Pois bem, podemos sugerir, ao vermos um índio Cariri vestindo um praiá, tratar-se de uma vestimenta alusiva aos astronautas.
Se não, vejamos: observe, no desenho reproduzido acima, que o alto de sua cabeça nos faz lembrar uma antena; e a parte que lhe cobre o rosto, um capacete; e as demais partes do praiá, cujas pontas encontram-se soltas, imaginemos, no momento da sua dança, o índio “flutuar”, como se estivesse em um ambiente sem gravidade.
Todas essas conjecturas não podem ser totalmente descartadas, uma vez que apresentam um certo sentido lógico. Com relação ao ato de “comer pessoas”, por parte dos Tupinambás, na verdade, temos que entender que estamos lidando com um rigoroso ritual nobre desse povo, e não como uma “gastronomia típica ” ou “escassez” de carne na região, ou ainda algo simbolizando serem “índios sanguinários”.
- Esse ato de canibalismo era uma forma de bravura, um gesto honroso de uma cultura de seus antepassados.
- Assim sendo, os Tupinambás visavam, prioritariamente, a captura de seus prisioneiros, em especial, os europeus ainda vivos.
- Esse interesse era latente por parte dos guerreiros Tupinambás.
- Em alguns registros de época daquelas pessoas que conseguiam fugir, vemos que os índios levavam trançados de corda apoiadas em seus pescoços para capturar seus inimigos e levá-los para a aldeia.
Essa captura exigia um código de ética entre os guerreiros, pelo qual o prisioneiro pertencia àquele que primeiro o tivesse tocado. Isso, na prática, resultava em alguns momentos em disputas violentas entre os guerreiros Tupinambás. Afinal, não era comum apenas um guerreiro capturar um inimigo, esse ato era feito por dois ou mais guerreiros ao mesmo tempo.
- Nesse caso, quando havia disputa de interesse pelo prisioneiro, o mesmo era abatido no local e retalhado entre os que disputavam sua posse.
- Por outro lado, o chefe da tribo exigia que suas ordens fossem cumpridas, e que o capturado chegasse ainda vivo na aldeia, para que as mulheres pudessem vê-lo e para celebrar o ato de antropofagia com muita festa.
Já aqueles prisioneiros abatidos no campo de batalha tinham seus corpos desmembrados em partes, que depois eram assadas e comidas no local ou levadas para a aldeia. No desenho abaixo, vemos o prisioneiro amarrado pela cintura e segurado por dois índios, tendo um outro com o maracá no momento do abate de sua vítima. Mas o que ocorria com aqueles que foram capturados vivos e levados para a aldeia? Inicialmente, o guerreiro responsável pela captura era recebido com honrarias, tendo as mulheres mais velhas lançado cinzas em suas costas, simbolizando “recompensas” pela façanha.
- O grupo de guerreiros vitoriosos entrava na aldeia de maneira triunfal, agrupava seus prisioneiros em um círculo e lhes entregava um “maracá” para que eles dançassem e agitassem o mesmo.
- Nesse instante, havia um discurso por parte dos guerreiros: “Partirmos, como fazem os bravos, para prender-vos e devorar-vos, a vós, nossos inimigos.
Fostes, porém, mais felizes e caístes prisioneiros. Não nos queixamos da sorte. Os valentes de verdade morrem na terra dos seus inimigos. Nosso país é grande e os patrícios se vingarão de vós”. Ao final desse discurso, os capturados eram obrigados a dizerem, gritando: “Eu, a vossa comida, cheguei”.
- Um fato curioso é que o guerreiro mudava de nome e se as mulheres velhas tivessem comido a carne do capturado, elas também mudavam de nome.
- Já aqueles capturados que se mostravam vigorosos no momento da luta e no aprisionamento eram identificados como “perigosos”, sendo amarrados pelo pescoço com quatro cordas, tendo ainda suas mãos também amarradas abaixo do seu queixo.
Nesse momento de apresentação aos demais da aldeia, o preso era insultado e maltratado, tendo suas partes do corpo marcadas com mordidas por aqueles que iriam devorá-lo depois. Por outro lado, aqueles capturados e considerados menos perigosos eram amarrados todas as noites a uma árvore e lhes forneciam uma rede para que dormissem comodamente, sendo tratados como “meu bichinho cativo”.
Uma coisa é certa, todo capturado era transformado em escravo do guerreiro detentor de sua posse. Havia escravos que eram dados de presente a outros Tupinambás, sendo esse ato algo muito honroso. Se o guerreiro tinha algum filho, esse recebia o escravo também como presente, sendo então a sua primeira vítima e a condição para esse filho ter o seu primeiro título (nome).
Onde encontramos a astronomia nos rituais de canibalismo? O prisioneiro escravo era depilado e tesourado como um Tupinambá (corte de cabelo). Sua condição diferencial dos nativos era o fato dele possuir no pescoço uma grossa corda (tipo um colar), bem dura, feito madeira, tendo ainda uma espécie de franja, na qual possuía um nó especial que só o guerreiro detentor sabia desatar.
- Esse tipo de colar de corda no pescoço do capturado tinha um significado ainda maior do que apenas diferenciá-los como escravos.
- Na verdade, era um rústico calendário, pelo qual se sabia o tempo de ceva do prisioneiro para o seu abate.
- Esse colar possuía fios de algodão com tranças que nos lembram contas redondas de um rosário.
Se os Tupinambás queriam deixar cevando seus prisioneiros por mais tempo, os seus respectivos colares teriam mais contas redondas, que simbolizavam cada Lua cheia. Haviam escravos que foram capturados ainda crianças, e essas recebiam um colar com várias contas arredondadas, e eram abatidas na condição de adultos.
Nesses casos, e em outros, muitos escravos viviam muito bem na aldeia. Podiam ter relações sexuais com índias solteiras e participavam de brincadeiras e festas como qualquer nativo da aldeia. Se surgisse algum filho por conta do relacionamento do escravo com a índia, esses eram considerados “inimigos”, sendo criados como filhos normais da aldeia, mas na sua fase adulta, eram mortos como o escravo que os gerou.
Os Tupinambás viam na Lua e no Sol astros de grande poder, mas não sabiam ao certo como descrever o quão grande seria esse poder. Por um lado, eles viam a Lua como um astro subordinado ao Sol, e a sua representatividade como Lua cheia era o ponto místico ideal para abater as suas vítimas.
Os Tupinambás, por exercerem a prática de uma observação contínua da Lua, conheciam e utilizavam as suas respectivas fases não só para o seu ritual antropofágico, mas para outras atividades importantes na sobrevivência de sua espécie. Pois eles sabiam os melhores dias para caça e pesca, além de aplicarem esses conhecimentos em suas plantações e, principalmente, no corte da madeira.
Esse melhor período baseado na fase lunar era entre a Lua cheia e a Lua nova (minguante). Da Lua nova para a Lua cheia, em virtude talvez do aumento de claridade, os animais tendiam a ficar mais ativos. Particularmente, na condição de trilheiro há vinte anos, eu sinto, nos diversos acampamentos que realizo no meio do mato, que a claridade da Lua faz surgir mais insetos e animais peçonhentos, principalmente, as cobras.
- A seguir, apresento alguns vocábulos dos Tupinambás: – Koarassuh (Coaraci) = Sol – Yasseuh (Jaceí) = Lua – Yasseuh-tata (Jaceí-tata-uaçu) = As demais estrelas É interessante sabermos que os povos indígenas brasileiros dominavam um vasto conhecimento empírico em vários segmentos.
- No tocante à astronomia, os antigos Tupinambás tinham noções metereológicas, pelas quais podiam prever chuvas e as grandes marés, dando ênfase à observação, principalmente, da Lua.
É bem sabido que eles também dominavam outros conhecimentos associados a outros astros, como o Sol, estrelas, planeta Vênus, constelações, entre outros. Mas o fato de observarem atentamente as fases da Lua fez com que eles adquirissem um grande conhecimento ecológico.
- Podemos sugerir que os Tupinambás eram os “reis do mato”, pois sabiam os hábitos de diversos animais, amadurecimento de frutos e até o melhor momento para o corte de suas madeiras (costume ainda presente no homem do campo brasileiro).
- De posse desse conhecimento empírico, e sabendo os hábitos dos animais, eles planejavam suas trilhas, visando facilitar a caça e a pesca desses animais.
A arqueoastronomia é uma ciência extremamente importante, pois é por meio dela que chegamos a algumas conclusões bem interessantes. O conhecimento dos índios Tupinambás da influência da Lua sobre as marés ainda não era oficialmente conhecido pelos europeus. Os Tupinambás sabiam que o fluxo e o refluxo do mar eram provenientes da Lua cheia e da Lua nova. Assim, mesmo antes dos europeus, eles já sabiam o momento das marés alta e baixa. Em uma época em que as técnicas de navegação eram uma prioridade no desenvolvimento de conquistas e comércio em novas terras, o conhecimento da influência da Lua nas marés, em uma área privilegiada – a faixa dos trópicos, no litoral brasileiro –, é simplesmente fantástico.
- Os Tupinambás foram praticamente extintos no século XVIII, mas os Guaranis herdaram e desenvolveram suas tradições (menos o ato de canibalismo).
- Uma das referências escritas da época, pelas quais sabemos das tradições e dos rituais religiosos, entre eles os de canibalismo, são os escritos do alemão Hans Staden, que fez duas viagens ao Brasil (de 1547 a 1548 e de 1550 a 1555).
Na sua última vinda, ele ficou “cevando” (prisioneiro) entre os Tupinambás por cerca de nove meses e meio. Staden conseguiu fugir, deixando de ser “alimento” para os índios. Para saber mais: ” Astronomia Desâna”, revista Ciência Hoje, vol.6, n° 36, outubro de 1987.
” Etnoastronomia”, revista Scientific American n° 14, 2006 História do Brasil, de Rocha Pombo, Editora Melhoramentos, II Volume, 1966. Tempo dos Flamengos, de José Antônio Gonçalves de Melo, Fundação Joaqui Nabuco, 1987 A religião dos Tupinambás, de Alfred Métraux, Editora Brasiliana, volume 267, 1979.
Os índios Xucurus e Kariri em Palmeira dos Índios “, de Luiz B. Torres, 4° edição, 1984. Viagem ao Brasil, de Hans Staden, Editora Martin Claret, 2008. Coleção Terra Brasilis, de Eduardo Bueno, Editora Objetiva, 1998. Adeumário Prazeres é presidente da Sociedade Astronômica do Recife e presidente fundador da Associação Astronômica de Pernambuco,
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Onde surgiu o canibalismo?
Existem evidências de que o canibalismo já esteve presente na África, América do Sul, América do Norte, ilhas do Pacífico Sul e Antilhas. Ao longo da história, as causas mais comuns que levaram à prática do canibalismo foram os rituais e as crenças místicas indígenas.
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Onde é permitido o canibalismo?
Atualmente, o canibalismo é totalmente legal nos Estados Unidos (EUAS) — à exceção do estado de Idaho — e no Reino Unido, bem como em grande parte da Europa e no Japão. Por outro lado, na América existem diversas leis que impossibilitam a obtenção e o consumo legal da matéria corporal.
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